> >
Áreas de preservação podem ser afetadas pelo óleo no Espírito Santo

Áreas de preservação podem ser afetadas pelo óleo no Espírito Santo

No caminho do óleo existem áreas ambientais e de preservação, como Abrolhos, as formações de corais do litoral capixaba e os mangues. Os danos a estes locais podem ser mais severos, aponta especialista

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 19:45

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

No caminho da mancha de óleo que vem se deslocando do Nordeste brasileiro, e que pode atingir o Estado em até duas semanas, estão importantes áreas ambientais e de preservação. Entre elas está a região de Abrolhos, as formações de corais do litoral capixaba e os mangues.

Na avaliação do professor de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Renato Ghisolfi, os danos causados a estas áreas vão ser mais significativos. "Da areia é mais fácil fazer a remoção, pode ser retirado o óleo até em placas. Nos corais e mangue isto não é possível. O problema vai ser maior", explicou.

Manchas de óleo tomam conta da Praia dos Carneiros, no litoral pernambucano . (Clemente Coelho Júnior/Instituto Bioma Brasil)
Áreas de preservação podem ser afetadas pelo óleo no Espírito Santo

Ghisolfi lembra que algumas destas áreas que agora correm o risco de serem afetadas pelo óleo, são as mesmas que também foram contaminadas pelo vazamento de rejeitos minérios da Samarco, que desceu pelo Rio Doce e alcançou o mar. Ele se refere ao rompimento da barragem de Fundão, na cidade mineira de Mariana.

O professor observa que há quase dois meses o material está aparecendo nas praias, descendo do Nordeste do país, mas ainda não se sabe a origem do material. "Poderemos ter um desastre pequeno ou gigantesco. Foi um um grande vazamento pontual ou um vazamento menor e contínuo? Um navio afundou e continua ocorrendo vazamento? Se for isto, por exemplo, poderemos ter graves problemas e a longo prazo", pondera.

PLANO DE EMERGÊNCIA

Para se preparar ou evitar os possíveis danos do óleo que se desloca do Nordeste, o governo do Estado estabeleceu um plano de emergência para enfrentar a crise. Foi criado um Comitê de Preparação da Crise, formado por representante da Marinha, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), que fará a coordenação dos trabalhos.

Também foram criados grupos de trabalho com diferentes temáticas, como: Institucional/Municípios, Técnico, Comunicação, Segurança/EPI´s, Fauna, Unidades de Conservação e Logística.

De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, já está sendo articulada uma reunião com gestores municipais de Conceição da Barra, São Mateus e Linhares para unificação de informações e de ações preventivas. Equipes técnicas vão se deslocar para os municípios ainda nesta semana.

De acordo com a Seama ainda não é possível precisar a chegada do óleo ao Espírito Santo, porém o monitoramento é contínuo. A secretaria está em contato permanente com os gestores costeiros baianos, e recebe a todo momento informações atualizadas dos órgãos federais de meio ambiente.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais