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Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 14:27
Depois de mais de 10 anos de espera, a primeira fase das obras do Porto Central, em Presidente Kennedy, no Litoral Sul do Espírito Santo, vai ter início na quarta-feira (4). O investimento inicial de cerca de R$ 2,6 bilhões envolve a construção das estruturas portuárias para acomodar terminais de transbordo de petróleo entre navios de grande porte e granéis líquidos de águas profundas. >
Anunciado nesta segunda-feira (2), em entrevista coletiva, o cronograma das obras prevê a conclusão da primeira etapa até meados de 2027, com o início das operações ocorrendo em dezembro do mesmo ano. O complexo inustrial e portuário pode chegar a ter 20 milhões de metros quadrados de área operacional, tendo capacidade para receber os maiores navios do mundo, com mais de 20 metros de calado.>
Com licença ambiental liberada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desde maio de 2023, as intervenções incluem a conclusão da retirada de vegetação, seguida pelas obras civis de terraplanagem e implantação do canteiro de obras. >
Em seguida, ocorrerá a construção de um canal de acesso do porto, com cerca de 26 km de extensão, e da bacia de evolução, com mais de 60 milhões de metros cúbicos, além de píer e berços para a atracagem dos navios. Após as intervenções, o complexo estará apto a realizar transferência de petróleo entre embarcações, com operação estimada em 1,2 milhão de barris por dia.>
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Além do local estratégico onde a estrutura será instalada, próxima à divisa com o Rio de Janeiro, a gerente comercial, Jessica Chan, destacou, na coletiva, que o diferencial do Porto Central, em comparação a outros pontos logísticos do Estado e do país, é a capacidade natural de receber os maiores navios no mundo. >
"Um dos grandes diferenças é que nós já vamos nascer com águas profundas na primeira fase, o que permite atracar os maiores navios no mundo. Outro destaque é a estrutura portuária capaz de reduzir as filas de embarcações, que já ocorrem em outros portos do país e do mundo. Então, o Porto Central se coloca como uma nova opção dentro do cenário de crescimento do mercado e da necessidade de infraestrutura portuária de qualidade e segura", ressalta Jessica Chan.>
O projeto do complexo portuário abrange uma área de 2.000 hectares, com profundidades marítimas de até 25 metros e 54 berços destinados a operações de petróleo, grãos, contêineres, entre outros. Na primeira etapa de execução, também estão previstos a produção, o transporte e a armazenagem de rochas para o quebra-mar sul, a instalação da central de fabricação dos elementos de concreto e a dragagem do canal de acesso.>
Segundo a direção do Porto Central, o investimento total no complexo será de R$ 16 bilhões, com as obras serão realizadas em fases. A finalização da última fase e a execução de todas as operações estão previstas para até 2040.
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Com a construção anunciada em 2012, o Porto Central foi planejado para acomodar terminais e indústrias multipropósitos, incluindo movimentação e armazenagem de granéis líquidos (como bunker e combustíveis), granéis sólidos, grãos, fertilizantes, minerais, contêineres, cargas gerais, gás natural, apoio offshore e estaleiros.>
O diretor do Porto Central, Angelo Santos, explicou, durante a coletiva, que o longo tempo entre o anúncio do projeto e o início da primeira fase das obras foi utilizado para estudos de engenharia, de viabilidade ambiental, entre outros. "É um projeto muito grande que atende o complexo portuário pensado para o futuro, com desenvolvimento ao longo de décadas. No tempo que se levou para chegarmos hoje a anunciar o início de fato de obras, houve um grande volume de estudos necessários para que um projeto dessa dimensão se realize", destaca.>
Na primeira etapa de obras, devem ser empregados até 1.295 trabalhadores diretos, com a expectativa de que 70% da mão de obra seja local. Reconhecido como um projeto estruturante e prioritário no Espírito Santo e parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, o Porto Central conta com uma localização estratégica no centro da costa brasileira próxima às bacias do pré-sal, de grandes mercados, além de rodovias e ferrovias.>
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