Publicado em 1 de abril de 2020 às 13:57
Pais de alunos de escolas particulares poderão ter direito a uma mensalidade mais barata nos meses seguintes à pandemia do novo coronavírus. Essa é a avaliação da promotora de Justiça Sandra Lengruber, da Promotoria do Consumidor do Ministério Público do Espírito Santo (MPES). >
A promotora destaca que, neste momento, a orientação é que os pais continuem pagando as mensalidades normalmente. Porém, passada a pandemia, se for observado que as escolas tiveram um custo menor do que o habitual, a diferença poderá ser devolvida aos pais ou abatida nas mensalidades futuras.>
Os órgãos de defesa do consumidor não conseguem fazer uma investigação agora, no curso da pandemia, sobre as eventuais despesas das escolas. Hoje não consigo dizer se a mensalidade deveria ser 20% a menos ou 30% a menos, comenta.>
Por isso, vamos pedir que as escolas apresentem as planilhas de custos no período - havendo redução nos custos com água, internet, material de limpeza, energia, etc, vamos calcular os eventuais descontos, explica Lengruber.>
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O posicionamento é diferente, no entanto, quando o assunto são as atividades extra-curriculares ou a alimentação do aluno na escola que pode ser paga à parte. Como são itens que não devem ter uma reposição, é possível fazer a suspensão do pagamento, acrescenta a promotora.>
Há ainda projetos de lei tramitando na Assembleia que tentam obrigar as escolas a reduzirem as mensalidades. Mas as propostas ainda não foram votadas.>
Diante das mudanças no calendário escolar provocadas pelo coronavírus o Ministério Público apresentou uma série de recomendações ao Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES). >
Entre as orientações estão garantia da prestação de serviços por meio digital, com o ensino à distância e a oferta de aulas presenciais em período posterior como nas férias, por exemplo.>
Segundo o material enviado pelo Ministério Público ao Sinepe, se houver prorrogação do período de quarentena o contrato entre pais e escolas deverá ser reajustado. Da mesma forma, se não for possível a garantia da prestação de serviço, o contrato poderá ser cancelado com a restituição total ou parcial dos valores devidos.>
O superintendente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), Geraldo Diório, informou que recebeu as recomendações do Ministério Público e que elas já estão e continuarão sendo cumpridas pelas escolas.>
Segundo ele, para disponibilizar os conteúdos de forma digital, muitas escolas estão precisando investir em tecnologia neste período de crise.>
Tem escola que está tendo custo quase 30% maior para se adequar a este período. Não tem nenhuma escola atualmente com aulas presenciais, mas continuamos ofertando o conteúdo aos alunos, disse.>
Sobre a possibilidade de renegociação das mensalidades, Diório avalia que como as escolas particulares têm mais dias letivos que o exigido e mais horas/aula que o estipulado pelo Ministério da Educação, tal compensação não precisará ser feita.>
Para os alunos da educação básica as escolas vão continuar honrando os projetos e conteúdos ainda que seja preciso repor aulas aos sábados ou nas férias. Já na educação infantil, caso seja necessário, as escolas podem oferecer mais dias de atividades aos alunos, avalia.>
Em todo o Espírito Santo, cerca de 200 mil alunos estudam em escolas particulares, segundo avaliou o presidente do Sinepe. >
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