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Concorrentes podem produzir dutos flexíveis no lugar da Technip no ES

Concorrentes podem produzir dutos flexíveis no lugar da Technip no ES

Especialistas do setor avaliam que outras empresas do segmento poderão se instalar na área do Porto de Vitória, após empresa transferir as operações para Açu, no Rio

Publicado em 5 de agosto de 2020 às 19:25

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trabalho da technip
Fabricação de tubos flexíveis será transferida para Açu, no Rio de Janeiro. (Facebook/technip)

A Flexibrás, controlada pelo grupo franco-americano TechnipFMC, pode utilizar o local onde ocupa no Porto de Vitória para outras atividades ou dar lugar a outra empresa também do ramo de petróleo e gás. É o que acreditam especialistas do setor petrolífero ouvidos pela reportagem. A companhia anunciou nesta quarta-feira (5) que vai encerrar, em dezembro deste ano, a produção de tubos flexíveis no Espírito Santo. A informação foi divulgada com exclusividade pela colunista de A Gazeta, Beatriz Seixas

O presidente da RedePetro, Leonardo Veloso, lembra que a decisão de não operar mais na área da Codesa não foi inesperada e que a multinacional já dava sinais de desaceleração na produção de dutos flexíveis, com investimentos cada vez mais focados em tubos rígidos. A companhia já vinha, segundo ele, há algum tempo estruturando suas operações em Açu, no Rio de Janeiro.

“A Technip é uma prestadora de serviços do setor de petróleo e gás e que tem contratos bilionários no segmento. Para a RedePetro, a retirada da unidade do Estado é uma discussão muito ruim, pois vai tirar um pouco o contato das empresas prestadores de serviços com a companhia. Algumas prestavam serviços no Estado e em Açu e podem perder essa conectividade. Torcemos para que outras atividades da empresa sejam instaladas na área para tornar o local mais produtivo”, afirma Veloso.

O executivo lembra que outra empresa, a Prysmian, que funciona em Vila Velha em frente à Technip, também fabrica os tubos rígidos, e pode ser uma candidata a ocupar o local.

“Se analisarmos perdas e ganhos, deve ficar elas por elas, pois o Estado vai continuar a recolher impostos referentes à atividade. Acredito que a maior perda esteja relacionada com a cultura da empresa francesa, que tem um formato interessante para o mundo. A Technip não perdeu a concessão, eles vão deixar de produzir aqui, mas podem utilizar a área de outra forma, como movimentação de cargas”, analisa.

Veloso afirma que a localização da empresa, no Centro de Vitória, prejudica um pouco as atividades, pois não há área de manobra e carretas não podem entrar e sair do porto em qualquer horário.

O presidente da Energy Platform (EnP), Márcio Félix, concorda que o espaço utilizado pela Technip ficou limitado na Ilha do Príncipe. Assim como o presidente da RedePetro, ele avalia que empresas, que hoje são concorrentes da multinacional, tendem a se instalar após a saída da fábrica, como é o caso da Prysmian.

“A empresa está localizada dentro de uma área urbana. A tendência é que esse tipo de companhia busque áreas maiores que estejam de acordo com suas atividades. No ES, a multinacional não tinha mais como crescer, por conta do espaço. A eventual retirada da Flexibrás vai ser logo suprida pela chegada de outras companhias concorrentes. Novas oportunidades poderão surgir no local”, ressalta.

A Technip, multinacional franco-americana, está instalada na área da Codesa desde 1985 (Gildo Loyola )

EMPREGOS

A unidade da Flexibras, controlada pela TechnipFMC, gera mais de 1.000 empregos diretos. E para o diretor da DVF Consultoria, Durval Vieira, os postos de trabalho que poderão ser desocupados é o que mais preocupa o segmento.

“São pessoas altamente treinadas e qualificadas. É bom lembrar que, para cada emprego direto, a empresa gera de 5 a 8 outros postos de trabalho na cadeia. Será algo bastante impactante. Além disso, tem toda uma tecnologia que ela leva, pois é uma fábrica de itens essenciais para a produção de petróleo e gás. Com a duplicação da produção de petróleo até 2030, seria muito positivo para nós que ela estivesse por aqui”, avalia.

O presidente da RedePetro, Leonardo Veloso, destacou que alguns funcionários já foram dispensados e que outros aderiram ao programa de demissão voluntária. "Muitos também já estavam sendo transferidos para Açu", diz.

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