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Com venda da Oi, mais de 474 mil usuários no ES vão mudar de operadora

Com venda da Oi, mais de 474 mil usuários no ES vão mudar de operadora

Operação foi comprada em leilão nesta segunda (14) pelo consórcio formado por Claro, Vivo e Tim. Com isso, a antiga Telemar passará a ser apenas uma operadora de fibra óptica e o mercado de telefonia ficará mais concentrado

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 22:02

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 Oi aprova um novo plano de resgate da empresa
TIM, Claro e Vivo arrematam operações móvel da Oi por R$ 16,563 bilhões. (Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress)

A compra da rede de telefonia móvel da Oi, nesta segunda-feira (14), pelo consórcio formado pelas suas concorrentes Tim, Vivo e Claro, vai impactar quase meio milhão de consumidores no Espírito Santo. Com o fim da telefônica, mais de 474,1 mil usuários da Oi Móvel no Estado vão mudar de operadora. Em todo o Brasil, serão 33,7 milhões de clientes móveis afetados pela mudança.

De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Oi detêm 11,7% do mercado de telefonia móvel no Espírito Santo. Já no Brasil, a participação da operadora equivale a 15,9%.

Ainda não é possível saber para qual companhia irá migrar cada número que atualmente está na Oi, nem os prazos para que isso ocorra, uma vez que os dados ainda não foram divulgados pelo consórcio. A expectativa é a divisão seja feita com base na carteira de clientes das operadoras em cada região – segmentadas pelos DDDs.

A Oi teve seus ativos da rede móvel leiloados pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) nesta segunda. O consórcio vencedor vai pagar R$ 16,5 bilhões.

A vitória do grupo formado pela Tim, Vivo e Claro não foi uma surpresa. Outra possível candidata, a Highline do Brasil, teria apresentado anteriormente uma proposta formal cujo valor exato não foi revelado, mas foi superado pelo trio. Segundo a assessoria das três empresas, a proposta foi a única no leilão.

Criada para ser a "supertele" do país, a Oi nasceu em meio a polêmicas na época da privatização do Sistema Telebrás como Telemar (que arrematou a Brasil Telecom). Inicialmente, a empresa ficou com a operação de telefonia na maior parte dos Estados, assumindo as operações de telefônicas regionais como a Telest (do Espírito Santo), Temig (de Minas Gerais) e Telerj (do Rio de Janeiro).

15,9%
MERCADO DA OI MÓVEL NO PAÍS

Durante os governos petistas, a empresa recebeu um empurrão para se tornar uma "campeã nacional", o que não deu resultados práticos e acabou piorando o endividamento da companhia. Em 2016, a empresa entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 64 bilhões.

Mais da metade disso foi renegociado, mas a própria direção diz que a operadora não terá condições de se sustentar no médio prazo sem vender as redes móveis. Sem dinheiro, a companhia já ficou de fora do último leilão de faixas para tráfego dos sinais de 4G, o que prejudicou sua capacidade de aprimorar o serviço.

Agora a "supertele" deixa de existir e a Oi passará a ser uma empresa dedicada exclusivamente à operação de fibra óptica.

MERCADO DE TELEFONIA FICA MAIS CONCENTRADO

Na prática, o mercado de telefonia do Brasil ficará ainda mais concentrado. A Oi Móvel será fracionada entre as suas rivais de mercado. Pela divisão acertada, as estimativas são de que a Vivo sairia de 33,5% para 38% de participação de mercado, a Tim de 22,2% para 28,5% e a Claro de 26,5% para 31,5%. Os 2% restantes seguiriam nas mãos de operadoras regionais, como a mineira Algar Telecom.

A Tim deve ficar com o maior número de clientes, considerando que será a empresa que pagará o maior valor pela compra: serão R$ 7,3 bilhões, o que dá 44,3% do total. A Vivo (Telefônica Brasil) pagará R$ 5,5 bilhões, ou 33,3% do total. A Claro desembolsará R$ 3,7 bilhões (22,3% do total).

Com o fatiamento dos usuários da Oi Móvel, o mercado brasileiro seguirá o mesmo caminho das maiores economias do mundo, em que são apenas três grandes operadoras por país. Hoje é assim nos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, Itália, Canadá, Espanha, Portugal, Holanda, Austrália, México, Colômbia, Argentina e Uruguai. Já mercados com quatro grandes operadoras são bem menos comum.

Por nota, a Anatel disse que somente se manifestará sobre o leilão da Oi quando houver a submissão do caso à agência. Para efetivação da compra, é necessária anuência da Anatel e a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que controla atos capazes de ameaça a concorrência no mercado.

Com informações da Agência Estado

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