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Longe de ser ultrarrápida, prévia do 5G pode nem chegar ao ES. Entenda

Longe de ser ultrarrápida, prévia do 5G pode nem chegar ao ES. Entenda

Mesmo 10 vezes mais rápido que a conexão 4G, o serviço ainda fica aquém do esperado para o 5G pleno, que só será disponibilizado após leilão, previsto para 2021

Publicado em 23 de agosto de 2020 às 06:05

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Nova tecnologia atualmente só está disponível em grandes centros urbanos. (pixabay/stevepb)

As principais operadoras de telefonia do país anunciaram a implementação do sinal 5G em algumas localidades. A novidade foi acompanhada de entusiasmo por parte dos usuários, que aguardam a chegada da nova tecnologia. Contudo, especialistas apontam que o 5G ofertado no momento ainda é restrito a algumas localidades e está longe de oferecer a velocidade de navegação e potência esperadas.

Com o adiamento do leilão do 5G, provocado pela pandemia da Covid-19, as operadoras deram um “jeitinho” e utilizaram faixas ociosas do 3G e 4G para aumentar a velocidade de navegação e dar uma prévia de como será o 5G. A medida está sendo chamada de 5G DSS, sigla em inglês para compartilhamento dinâmico de espectro.

Para funcionar com capacidade máxima, o 5G precisaria ser transmitido na faixa de frequência de 3,5GHz, que só deve ser disponibilizada para as operadoras brasileiras em leilão, previsto inicialmente para este ano, mas que deve ser adiado e ocorrer em 2021.

Sem a faixa específica, há um limite para o aumento da velocidade de navegação e para a latência (tempo de intervalo entre o comando do usuário e a resposta).

“Em alguns testes, a velocidade registrada foi em torno de 140 mega por segundo (Mb/s). Já é muito melhor que o 4G (que varia de 10 a 15 Mb/s), mas não são os mais de 300 Mb/s prometidos pelo 5G. É uma Ferrari num chassi de fusca. Não vai funcionar tão bem”, avalia o especialista em tecnologia Gilberto Sudré.

Para ele, a corrida das operadoras em disponibilizar o 5G ainda que com potência parcial é, por um lado, uma demonstração de tecnologia e inovação e, por outro, uma forma de pressionar o governo.

“O governo é o responsável pelo leilão e decidiu que só vai acontecer no ano que vem. Dentro dessa discussão, corre por fora ainda a disputa entre Estados Unidos e China para decidir quem vai dominar o mercado dos equipamentos de transmissão do 5G para as operadoras, e o Brasil vai ter que escolher um lado”, lembra.

Até o momento, o 5G DSS só foi implantado em grandes centros urbanos, como Rio de Janeiro e São Paulo. Ainda assim, o alcance é restrito a alguns bairros ou mesmo algumas avenidas. As operadoras Tim, Vivo e Claro foram demandadas por A Gazeta mas não responderam sobre a possibilidade de ampliação para o Espírito Santo.

Em nota, a Vivo disse que outras cidades do país podem ser inseridas ao longo dos meses, mas a empresa acredita que a expansão massiva da tecnologia de quinta geração será possível apenas com frequência dedicada, após leilão previsto para o primeiro semestre de 2021. Para essa fase inicial, com a tecnologia DSS, as regiões escolhidas apresentam características similares de demanda de tráfego e perfil de cliente.

Mesmo nos poucos locais do Brasil em que o 5G foi disponibilizado, os usuários precisam de um celular compatível com a nova tecnologia para acessá-lo. Atualmente, no Brasil, apenas um modelo de celular da Motorola está disponível e ele custa mais de R$ 5 mil.

No exterior, a Samsung também lançou aparelhos 5G, que devem chegar ao Brasil nos próximos meses.

De acordo com Sudré, mesmo após o leilão da faixa exclusiva do 5G, é esperado que a nova tecnologia chegue primeiro em bairros e cidades onde moram e trabalham pessoas com maior poder aquisitivo, justamente por conta do preço alto dos planos e aparelhos. Pode levar algum tempo até que o valor dos celulares fique mais acessível.

“O 5G compensa, mas tem que esperar chegar e o preço cair num patamar razoável. Compensa pela velocidade, pela segurança, pelos serviços que poderão ser agregados. Vai ter conectividade de uma série de dispositivos que hoje não são conectados porque o 4G não permite”, afirma.

ONDE JÁ TEM 5G

  • VIVO
  • São Paulo (regiões da Av. Paulista, Vila Olímpia e Berrini)
  • Brasília (regiões do Eixo Monumental, Esplanada do Ministérios e Shoppings)
  • Belo Horizonte (regiões de Savassi e Afonso Pena)
  • Salvador (regiões de Pituba e Itaigara)
  • Rio de Janeiro (Copacabana, Ipanema e Leblon)
  • Goiânia (região central da cidade)
  • Curitiba (regiões do Centro Cívico/Alto da Glória e Batel/Água Verde)
  • Porto Alegre (regiões do Moinhos de Vento, Av. Carlos Gomes e Shopping Iguatemi)

  • TIM - lançamento previsto para setembro
  • Bento Gonçalves (RS)
  • Itajubá (MG)
  • Três Lagoas(MS)

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  • CLARO
  • São Paulo (Avenida Paulista e Jardins. Nas semanas seguintes, vai gradativamente estender-se pelos bairros Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros, Itaim, Moema, Brooklin, Vila Olímpia, Cerqueira César, Paraíso, Ibirapuera, além da região da Av. Berrini e também de Santo Amaro)
  • Rio de Janeiro (Ipanema, Leblon e Lagoa. Na sequência devem se expandir por toda a orla)

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