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ChatGPT pode roubar seu emprego? Saiba as profissões em risco em 15 anos

ChatGPT pode roubar seu emprego? Saiba as profissões em risco em 15 anos

Em cinco anos, carreiras como operador de telemarketing, analista financeiro, especialista em e-commerce e em redes sociais devem ser substituídas pela tecnologia

Publicado em 21 de abril de 2023 às 08:18

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Inteligência Artificial vai acabar com algumas profissões
Inteligência Artificial vai acabar com algumas profissões. (Freepik)

A todo instante a tecnologia invade a vida de pessoas no mundo todo. E no ambiente corporativo não é diferente. Com a evolução da Inteligência Artificial (IA), algumas carreiras são substituídas por máquinas e outras surgem para atender às novas demandas. A bola da vez — envolvida na maioria das discussões atuais — é o ChatGPT, uma ferramenta que gera textos após receber um comando.

A plataforma se popularizou em 2023 e deve impactar ao menos 100 profissões nos próximos 15 anos, segundo levantamento realizado pela própria computação cognitiva. A lista  aponta atividades dos mais diferentes ramos, inclusive aquelas consideradas intelectuais, como a de advogado.

Uma pesquisa feita pela OpenAI, empresa responsável pela ferramenta ChatGPT, e pela Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, indicou que, no mercado norte-americano, cerca de 80% da força de trabalho pode ter, ao menos, 10% das tarefas afetadas por esses novos recursos.

No Espírito Santo, não deve ser diferente. O CEO da Mogai, Franco Machado, lembra que, entre as carreiras em risco, está a de motorista de caminhão. Com o avanço da tecnologia, algumas empresas já investem na fabricação de veículos autônomo, que já estão sendo testados em pátios de companhias do Estado. O equipamento também está chegando no campo aos poucos.

A boa notícia é que a automação também pode criar novas oportunidades de emprego, especialmente em áreas como engenharia, manutenção de robôs e programação de sistemas automatizados, como pondera o diretor-presidente da Associação Capixaba de Tecnologia (Act!on), Niase Borjaille Ferreira.

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É importante que os trabalhadores se preparem para as mudanças que estão por vir, adquirindo habilidades e conhecimentos relevantes para as novas profissões que surgirão. O avanço das novas tecnologias é irreversível e precisamos preparar as nossas empresas para isso

Niase Borjaille Ferreira
Diretor-presidente da Associação Capixaba de Tecnologia (Act!on)
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Inteligência Artificial vai acabar com algumas profissões
Mercado de trabalho vai passar por transformações tecnológicas. (Freepik)

Para Franco Machado, da Mogai, a qualificação é a chave para fugir dos impactos gerados por toda essa transformação tecnológica. “Quanto menos qualificado é o cargo, mais fácil de ser substituído por robôs. O mesmo ocorre com trabalhos intelectuais, onde a inteligência artificial compete com o profissional. Se você não for muito bom, acaba ficando para trás”, ressalta.

Na opinião da psicóloga e diretora de cultura, liderança e diversidade do Instituto Brasileiro de Executivo de Finanças (Ibef-ES), Gisélia Freitas, não é mais possível frear o avanço tecnológico. O uso da IA em vários setores só tem aumentando e mudado não apenas o comportamento social, mas principalmente o mercado de trabalho.

“De tempos em tempos, sempre surge a dúvida se a tecnologia vai acabar com os empregos, principalmente com a ideia da inteligência artificial substituindo humanos. Assim como o conceito dos robôs, o ChatGPT pode ser encarado como uma ferramenta capaz de nos auxiliar em diversas atividades e promover aumento da nossa produtividade", comenta Gisélia.

Segundo a psicóloga, uma área de estudo coloca que a ferramenta substitui especialmente o esforço do trabalhador, em vez de complementar as suas competências. Isso significa que o chatbot pode agilizar a preparação e o planejamento de atividades ao gerar ideias.

O professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Alberto Ferreira de Souza observa que as tecnologias são responsáveis pelo aumento da produtividade das empresas e não podem ser consideradas vilãs. “Esses mecanismos chegam para nos auxiliar. Toda a riqueza do mundo vem do trabalho humano. Cabe a nós aproveitar e se atualizar com base nessas tendências”, afirma.

Inteligência Artificial vai acabar com algumas profissões
Inteligência Artificial fará o trabalho de diversos profissionais. (Freepik)

A especialista em desenvolvimento de pessoas, lideranças e empreendedorismo Ana Paula França ressalta que esse não é o primeiro nem será o último movimento de mudança que põe em pauta o futuro do mercado de trabalho. Há alguns anos, o receio era a chegada da internet e o surgimento dos aplicativos de transporte.

“As mudanças continuam e cada vez mais frequentes. No caso específico do ChatGPT e da robótica, acredito que passaremos por uma adaptação, uma evolução no mercado de trabalho. Cada vez mais, atividades repetitivas serão realizadas pelas máquinas e ficarão a cargo do ser humano funções mais complexas e sofisticadas”, comenta.

Nova evolução industrial

Hoje estamos vivendo a quarta revolução industrial ou Indústria 4.0. Ela tem como premissa a revolução tecnológica por meio da automatização e da integração de diferentes sistemas de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, robótica, internet das coisas (IoT) e computação em nuvem. Tecnologias como essas são a base para esse futuro de oportunidades. Vai se destacar quem estiver disposto a se atualizar e até mesmo se reinventar. É muito cedo para traçar todos os impactos que ferramentas como o ChatGTP podem ter no mercado de trabalho. Ainda não conseguimos mensurar qual a interferência que ele pode ter nos processos ou mesmo nas carreiras profissionais. Mas não podemos ignorar que ele pode representar algumas transformações, assim como aconteceu com outros sistemas inteligentes, inteligência artificial e aprendizado de máquina. É natural que com o avanço de tecnologias, principalmente tecnologias digitais, surjam demandas para novas habilidades técnicas e algumas profissões se atualizem, se modifiquem. Desde a Revolução Industrial, a indústria teve a capacidade de se reinventar e de enxergar nos novos sistemas e processos como oportunidades para tornar o segmento mais produtivo e qualificado.

Edmilson Queiroz, coordenador de Tecnologia e Inovação no Instituto Senai de Tecnologia

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