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Publicado em 14 de março de 2021 às 16:43
- Atualizado há 5 anos
Uma publicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais vem causando uma repercussão negativa aos Estados na discussão referente a impostos sobre combustíveis. Após anunciar a isenção de tributos federais sobre o diesel, o presidente fez uma postagem em que mostra uma reportagem que, no título, sugere que, após a sua medida, 18 Estados e o Distrito Federal aumentaram o ICMS sobre o diesel. O governador Renato Casagrande refutou a postagem do presidente e a tratou como mais uma fake news na área econômica. >
A reportagem, feita pela Folha de S. Paulo, traz no título a informação de que Estados estariam aumentando o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel. No texto, porém, é informado que o ICMS dos combustíveis é cobrado sobre um “preço de referência definido pelas secretarias estaduais de Fazenda a cada 15 dias.">
A matéria explica que o preço de referência trata-se do chamado PMPF (preço médio ponderado ao consumidor final), e que os Estados alegam que ele é calculado com base em uma pesquisa do preço de venda nos postos. Assim, eventuais elevações ou cortes responderiam às flutuações do mercado, e não ao tributo. >
A diferença entre o título da reportagem usado pelo presidente e a real explicação do reajuste, fez com que Renato Casagrande externasse uma grande insatisfação com o tema. Por meio de uma publicação nas redes sociais, o governador afirmou que “uma das grandes dificuldades na gestão da pandemia é enfrentar a irresponsabilidade negacionista que produz fake news sobre doença e sobre assuntos da economia”, citando o que chamou de “falso aumento do ICMS dos combustíveis no ES.">
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A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). A pasta informou que tem o mesmo posicionamento do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal), que emitiu uma nota citando a matéria da Folha de S. Paulo e esclarecendo que não houve alteração da alíquota do ICMS sobre combustíveis nos últimos anos na grande maioria dos Estados. >
“A variação de preços, conforme têm colocado reiteradamente os governos estaduais, não tem a ver com os tributos, mas sim com a política de preços praticada pela Petrobras, que alinha os preços ao mercado internacional. Os Estados reafirmam sua disposição de debater a política tributária sobre combustíveis, mas defendem que isso seja feito sem improvisos, dentro da reforma tributária, que já está próxima de ser apreciada pelo Congresso Nacional”, destacou.>
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