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Vacinas Sputnik V e Covaxin não têm previsão de chegar ao ES

Vacinas Sputnik V e Covaxin não têm previsão de chegar ao ES

A Anvisa autorizou a importação de doses, mas impôs uma série de condições como medida de segurança; imunizantes ainda não estão no calendário de vacinação

Publicado em 9 de junho de 2021 às 09:40

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Doses da vacina Sputnik V já chegaram na Argentina
A Sputnik V poderá ser importada pelo consórcio que reúne Estados do Nordeste. (Reprodução/Twitter: @alferdez)
Aline Nunes
Repórter de Cotidiano / [email protected]

A autorização concedida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na última semana, para importação das vacinas Sputnik V (Rússia) e Covaxin (Índia) para acelerar o processo de imunização no país contra a Covid-19 não significa que as doses, efetivamente, vão estar logo disponíveis para a população em geral ou, particularmente, no Espírito Santo.

O aval da diretoria colegiada da Anvisa às duas vacinas, que antes já haviam sido avaliadas e recusadas, foi concedido agora sob uma série de condicionantes porque ainda faltam informações sobre qualidade, eficácia e segurança. Procurada para fazer uma análise sobre a Sputnik V e a Covaxin, e se deverá adotá-las no plano de imunização no Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não esclareceu os questionamentos. 

Em nota, informou apenas que  "mantém negociação com diversos fabricantes, no entanto a divulgação só será feita após a conclusão das tratativas e anunciadas pelo governador."

CRITÉRIOS

 A importação das vacinas foi aprovada em caráter excepcional e, entre os critérios estabelecidos pela Anvisa, Sputnik e Covaxin só poderão ser usadas em adultos, de 18 a 60 anos, sem comorbidade e ainda não vacinados.  Grávidas, lactantes e mulheres que pretendem engravidar nos próximos 12 meses foram excluídas. Além disso, os resultados devem ser monitorados e o uso deve ser restrito a no máximo 1% da população.

Em março, a Anvisa tinha negado o pedido inicial da Covaxin e, no mês seguinte, o apresentado pela Sputnik. Poucas mudanças foram observadas neste período em relação às duas vacinas, mas o que pesou para a diretoria colegiada ter concedido a autorização agora foram os indicadores no país. Com alta de casos e mortes por Covid-19,  a ampliação da oferta de vacinas é uma estratégia para acelerar a imunização e, assim, controlar a pandemia.

Relator dos pedidos na Anvisa, o diretor Alex Machado Campos argumentou em seu voto que a média móvel de 1,8 mil mortes por dia é uma das mais altas do mundo. Também citou altas taxas de internação hospitalar e a presença de novas variantes do vírus, inclusive com a recente chegada da cepa indiana no Brasil. "Há quem fale em terceira onda e novo pico em 4 de julho, caso ocorra relaxamento de medidas não-farmacológicas e se mantenha o mesmo ritmo de vacinação no país."

Para Campos, mesmo diante de "lacunas de informação" sobre os imunizantes, seria preciso "enxergar o dramático quadro sanitário" e "lançar mão de todas as alternativas". "Não podemos desperdiçar opções vacinais. Pesa o receio de fulminar plataformas que podem vir a ser viáveis", disse o diretor.

CONSÓRCIO NORDESTE

O relator foi favorável a liberar a importação da Covaxin, por parte do Ministério da Saúde, e da Sputnik V, solicitada por seis Estados - Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí - no chamado Consórcio Nordeste. Ainda assim, as doses devem ser repassadas ao governo federal para distribuição a todo o país.  

Pela decisão, a primeira compra fica limitada a um quantitativo que só poderia atender 1% da população. Para a Covaxin, a margem é de até 4 milhões de doses. Já para a Sputnik V, cerca de 950 mil doses.

Voto vencido na reunião da diretoria colegiada, Cristiane Rose Jourdan Gomes ponderou que os cuidados previstos não garantiriam a segurança para uso dos imunizantes. "Ainda que sejam estabelecidas condicionantes, penso que as incertezas observados neste momento superam quaisquer medidas para mitigar riscos", disse. 

"Tenho consciência do período extraordinário, contudo acredito que a relação risco-benefício ainda não permite uso amplo." O placar foi de 4 a 1, e a autorização para a importação foi concedida.

ESPÍRITO SANTO

No Estado, a ampliação da vacinação depende das doses que são enviadas pelo Ministério da Saúde, embora, paralelamente, a Sesa esteja negociando com farmacêuticas.  A dificuldade maior é que as empresas, em geral, optam por firmar acordos com o governo federal porque a compra é maior.

Algumas estratégias foram usadas para empregar mais ritmo à imunização no Estado, como antecipar grupos prioritários da Educação e da Segurança. Assim como partiu de uma mobilização do Espírito Santo, segundo o secretário Nésio Fernandes, a autorização do Ministério da Saúde para estender a vacinação ao público por faixa etária. 

Nésio Fernandes, em coletiva nesta segunda-feira (7), avaliou que o andamento da vacinação no Estado é satisfatório em comparação ao nacional, mas disse que um encontro com os municípios nesta semana seria realizado para pactuar novas medidas para acelerar a imunização. 

Entre as alternativas citadas pelo secretário, está o atendimento em três turnos para alcançar profissionais que não conseguem sair do trabalho em horário comercial para receber a vacina. O Espírito Santo hoje usa os três imunizantes disponíveis no país: Coronavac, Astrazeneca e Pfizer.

Com informações da Agência Estado

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