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Publicado em 10 de março de 2021 às 02:00
- Atualizado há 5 anos
Os números mostram que a situação da pandemia do coronavírus nos estados da Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro é preocupante em relação à realidade enfrentada no Espírito Santo. Diferente do atual cenário capixaba, algumas cidades das regiões vizinhas convivem com a determinação de lockdown - suspensão de atividades comerciais e restrição de circulação - e mais de 90% de ocupação dos leitos para tratar infectados. >
Dados publicados pelas secretarias estaduais de Saúde nesta terça-feira (9) indicam que juntos os quatro estados somam 2.583.188 casos confirmados e 72.574 mortes provocadas pela Covid-19. >
Depois de ter atingido 93% na segunda-feira (8), a taxa de ocupação das unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para Covid-19 na rede pública do município do Rio de Janeiro caiu para 90% nesta terça-feira (9), segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O percentual de vagas ocupadas por pacientes graves de Covid-19 começou o mês de março em 88% e, apesar da abertura de novos leitos, se mantém acima desse patamar. Nesta terça, 616 pessoas estavam internadas em leitos de enfermaria.>
Em Minas Gerais, 26 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte devem adotar, a partir desta terça-feira, toque de recolher entre 20h e 5h. A saída neste horário será autorizada para execução de serviços essenciais ou atendimento médico. A medida para conter o avanço da pandemia nos municípios mineiros foi discutida durante reunião que envolveu os integrantes da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel). >
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O boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura de Belo Horizonte nesta terça-feira indicou que dos 646 leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19 - público e particular - 85,3% estão em uso. No caso dos leitos de enfermaria, das 1.470 unidades disponíveis, 69,6% estão ocupadas.>
De acordo com o boletim divulgado nesta terça-feira pela Secretaria de Estado da Saúde da Bahia, o Estado conta com 2.375 leitos ativos. Desse total, 1.843 estão com pacientes internados. Isso representa uma taxa de ocupação geral de 78%.>
Já para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto são 1.175. Nesta modalidade, a ocupação é de 87% - 1.026 leitos ocupados. A taxa de ocupação dos leitos de UTI pediátrica é de 69%, com 25 das 36 unidades em utilização. As unidades de enfermaria adulto registram 68% da ocupação. A pediátrica tem ocupação de 63%. >
O Painel de Ocupação de Leitos Hospitalares do Espírito Santo atesta que o Estado detém 79,83% da ocupação de leitos de UTI destinados para tratar casos de Covid-19. Na enfermaria, a ocupação é de 69,23%. Os dados são desta terça-feira (9).>
No Painel Covid-19, consta que 6.610 óbitos foram provocados pelo coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020. Nas últimas 24 horas, foram identificados 1.364 novos casos, chegando a 337.582 pessoas no Espírito Santo.>
Na avaliação de Pablo Lira, diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), o Espírito Santo não vive a mesma situação dos estados vizinhos por causa de ações como a expansão de leitos e a definição da matriz de risco, que determina uma série de medidas qualificadas a partir da classificação de contágio de cada cidade capixaba. Ele também é membro do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE).>
Pablo Lira
Membro do NIEEQuestionado quanto à possibilidade dessa explosão de casos confirmados, internações e óbitos impactar na realidade capixaba, Lira disse que as divisas não foram fechadas em nenhum momento da pandemia. Por isso, a circulação das pessoas também está no planejamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) com registro de possíveis atendimentos regionais.>
"Agora é discutida a definição de uma coordenação nacional do governo federal em prol da vida do brasileiro. Estamos enfrentando o momento mais crítico da doença e isso requer um somatório de esforços, principalmente, na busca por vacinas", disse Lira.>
O professor do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Domingos Alves, defende que "sem um controle das divisas, com a implantação de barreiras sanitárias, o Espírito Santo está sujeito a receber pessoas infectadas e ter a situação agravada".>
O médico infectologista e doutor em Doenças Infecciosas, Crispim Cerutti Júnior, acredita que a evolução e o sucesso da campanha de vacinação e as medidas sanitárias são importantes ferramentas contra a propagação do vírus nas cidades capixabas.>
Crispim Cerutti Júnior
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