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Reabertura das piscinas: entenda os riscos e os cuidados na pandemia

Reabertura das piscinas: entenda os riscos e os cuidados na pandemia

Relatório mostra que transmissão da Covid-19 pela água é pouco provável, mas especialista alerta para risco de aglomeração

Publicado em 1 de outubro de 2020 às 19:16

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Criança de óculos de sol na piscina: todo cuidado é pouco com os pequenos no verão
Criança de óculos de sol na piscina: todo cuidado é pouco com os pequenos no verão. (Shutterstock)

Com quase todos os municípios do Espírito Santo classificados como de risco baixo para a transmissão do novo coronavírus e diante das maiores flexibilizações das medidas de distanciamento social, muitos condomínios também têm cogitado — ou já até permitiram — a reabertura das piscinas nos prédios residenciais. Um alívio para a chegada das altas temperaturas do final do ano, mas será que é seguro?

Publicado ainda em maio, um relatório do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha considerou ser "muito pouco provável" contrair a Covid-19 por meio da água e afirmou que produtos desinfectantes (como o cloro) contribuem e "devem ser suficientes" para que nenhum microrganismo sobreviva no meio. No entanto, os estudiosos destacaram que o risco do contágio direto, através de outras pessoas, é o mesmo no ambiente aquático. Ou seja, é preciso ter cuidado.

Enfermeira, doutora em epidemiologia e colunista de A Gazeta, a médica Ethel Maciel ressalta que evitar aglomerações segue sendo uma das principais regras. "A ideia de manter o distanciamento físico em todos os lugares vale também para a água. Devemos ficar pelo menos a 1,5 metro das pessoas. A família junta, tudo bem. O problema é a interação de pessoas que não estão na mesma bolha social, que não moram juntas", afirma.

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O ideal é que sejam feitos agendamentos por horário e que a limpeza seja reforçada. Também é importante que se saiba quem esteve na piscina. Por enquanto, acho complicado abrir para não-moradores

Ethel Maciel
Enfermeira e doutora em epidemiologia
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O compartilhamento do espaço por indivíduos de diferentes círculos sociais pode dificultar o controle da Covid-19. "Se estávamos em cinco hoje na piscina e, amanhã, alguém é diagnosticado com a doença, os demais precisam fazer exame de contato e ficar em isolamento, até que a positividade seja descartada ou que se curem. Se as cinco pessoas são da mesma família, todo esse processo se torna mais simples e os novos casos de infecção devem ficar mais restritos", esclarece Ethel.

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Pessoas que integram o grupo de risco, por comorbidade ou por serem idosos, devem evitar esse locais, principalmente se houver pessoas de outra bolha social, porque se forem infectados, a chance de ter uma doença mais grave é maior

Ethel Maciel
Enfermeira e doutora em epidemiologia
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Além da higienização de todo o ambiente, incluindo as espreguiçadeiras e os outros objetos que as pessoas tenham contato na área, o nível desse reforço deve acompanhar a intensificação do uso da piscina. Também é importante que a liberação do espaço siga o mapa de risco elaborado e divulgado pelo Governo Estadual. "Se houver um agravamento da pandemia, o uso deve ser restringido novamente", defende a especialista.

E NO MAR, RIOS E LAGOS?

Colocando de lado as aglomerações flagradas frequentemente nas praias da Grande Vitória — e que não deveriam acontecer em meio a uma pandemia — o mar em si também é tido como um meio improvável de transmissão do novo coronavírus, principalmente por causa do sal e da baixa concentração do agente viral, devido à imensidão do oceano.

Já as piscinas de água doce, os rios e os lagos são os ambientes aquáticos "mais desaconselhados" pelos seis estudiosos que elaboraram o relatório espanhol. Por não serem tratados, esses meios contribuem para a sobrevivência do novo coronavírus e, consequentemente, demandam mais medidas de precaução por parte dos banhistas.

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