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Pais reclamam de falta de vagas em Jardim Camburi, mas prefeitura nega

Pais reclamam de falta de vagas em Jardim Camburi, mas prefeitura nega

Comunicado foi enviado a responsáveis pelas crianças e servidores informando que as crianças seriam "encaminhadas para um espaço alternativo"

Publicado em 6 de novembro de 2020 às 19:03

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Professores e pais de alunos afirmam que faltam mais de 100 vagas para os alunos do primeiros anos do ensino fundamental. (@jcomp/Freepik)

Mais de 100 crianças do primeiro ano do ensino fundamental das escolas municipais de Jardim Camburi, em Vitória, podem ser "encaminhadas para um espaço alternativo", segundo comunicado encaminhado pelas unidades aos pais e servidores. A prefeitura da Capital, no entanto, nega que faltem vagas na rede.

O problema vem sendo debatido em reuniões realizadas entre pais, professores e representantes da Secretaria Municipal de Educação. Pais de alunos das escolas do bairro, que participaram de uma reunião on-line na quarta-feira (04), disseram que entre as soluções apresentadas pela prefeitura estavam aulas em módulos, conversão de laboratórios de ciência e informática em salas de arte e transferência de crianças para colégios estaduais.

"Fomos informados oficialmente da falta de vagas para 105 crianças de 5 anos a 6 anos que estão saindo da creche e indo para o ensino fundamental. O fato é que Jardim Camburi tem mais crianças do que escolas e todo ano as instituições passam por aperto, mas agora são muitos alunos. A secretaria está articulando formas de encaixar essas crianças, mas não há salas disponíveis, então nos deram essas alternativas", conta a mãe de dois alunos que estudam na rede e pediu para não ser identificada. Segundo ela, as propostas, foram recusadas.

Em Jardim Camburi há, atualmente, três escolas municipais de ensino fundamental: EMEF Maria Madalena de Oliveira Domingues, EMEF Elzira Vivacqua dos Santos e Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo (ASFA).

Já na tarde de quinta (6), funcionários e pais de alunos de escolas municipais de Jardim Camburi foram informados que houve uma reunião entre a Secretaria de Educação e a direção das escolas do bairro. Em nota oficial enviada por WhatsApp para pais e funcionários, a Escola Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo (ASFA) informou que "espaços alternativos" serão criados para os alunos que ficaram sem vaga. Procurada pela reportagem, a diretoria da escola confirmou o déficit de 105 vagas nas escolas do bairro e as informações presentes no comunicado. Porém, detalhes sobre o espaço alternativo, localização e funcionamento não foram adiantados. 

"Informo com muita alegria que não perderemos nossos espaços educativos de uso coletivo (sala de arte, laboratório de ciências). Continuaremos criando, pintando, fazendo experiências e proporcionando mais oportunidades de aprendizagem. Informo também que as turmas de 9º ano (em 2021) não serão encaminhadas para a rede estadual. As crianças excedentes do 1º ano serão encaminhados para um espaço alternativo", diz trecho da nota. 

Mensagem enviada por WhatsApp para pais e funcionários da Escola Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo (ASFA)
Mensagem enviada por WhatsApp para pais e funcionários da Escola Adevalni Sysesmundo Ferreira de Azevedo (ASFA) . (Reprodução WhatsApp)

A mãe de crianças na unidade diz que a grande preocupação é onde e de que forma esses alunos irão estudar.

"A demanda nesse momento são essas 105 crianças do primeiro ano, mas sabemos que há outras na fila de espera. Principalmente por conta pandemia, quando muitos pais perderam emprego e a procura pela escola pública aumentou. Mas antes da pandemia esse problema já existia, pois o bairro cresceu muito e continuamos apenas com três escolas municipais de ensino fundamental", afirmou. 

RESPOSTA DA PMV

A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Vitória às 14h20 da última quinta-feira (5). Através da A Secretaria Municipal de Educação de Vitória, o município respondeu a demanda às 20h50, afirmando que "há vagas suficientes para atender toda a demanda da rede municipal de ensino da Capital, seja na Educação Infantil, no Ensino Fundamental ou na Educação de Jovens e Adultos (EJA)."

"A Seme informa ainda que realiza o planejamento estratégico do fluxo escolar para o ano letivo de 2021 de maneira que seja garantido o atendimento à demanda por vagas em todas as nove regiões administrativas da cidade, incluindo a região de Jardim Camburi. A Seme informa também que não haverá nenhum tipo de remanejamento de estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental para a rede estadual".

Indagada novamente na manhã desta sexta (6) sobre se foi acordada a criação de anexos para suprir a falta de vagas, a prefeitura apenas acrescentou a seguinte informação: 

"A Seme informa que a medida que o fim do ano letivo se aproxima, é praxe em todas as escolas da rede municipal acontecer reuniões para discutir a dinâmica e organização do ano letivo seguinte, incluindo a oferta de vagas na rede. A Seme reafirma que não há déficit de vagas. No próximo dia 17 começa o período de rematrícula escolar na rede municipal de ensino de Vitória. O prazo vai até o dia 2 de dezembro e o processo é todo on-line. A data para matrículas de novos alunos será divulgada em breve."

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