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Morador de Aracruz morre por suspeita de intoxicação após comer baiacu

Morador de Aracruz morre por suspeita de intoxicação após comer baiacu

Magno Sérgio Gomes, de 46 anos, ficou 35 dias internado, mas não resistiu e foi a óbito na manhã deste sábado (27); segundo a família, ele comeu o fígado do peixe

Publicado em 27 de janeiro de 2024 às 17:06- Atualizado há 3 meses

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Magno Sérgio Gomes morreu por suspeita de envenenamento por uma substância tóxica presente no peixe baiacu
Magno Sérgio Gomes morreu por suspeita de envenenamento por uma substância tóxica presente no peixe baiacu. (Acervo pessoal)
Mariana Lopes
Repórter / [email protected]

Um homem de 46 anos, morador de Aracruz, no Norte do Espírito Santo, morreu por suspeita de intoxicação por uma substância tóxica presente no peixe baiacu. Segundo a família, Magno Sérgio Gomes ficou 35 dias internado, nos quais passou por uma série de exames, mas não resistiu às complicações e foi a óbito na manhã deste sábado (27) em um hospital particular de Vitória. 

Em conversa com a reportagem de A Gazeta, Myrian Gomes Lopes, irmã de Magno, disse que o irmão ganhou o baiacu de um amigo. Na casa de Magno, eles limparam o peixe, retiraram apenas o fígado, ferventaram o órgão e comeram, com limão e sal. 

Logo após ingerirem o fígado do baiacu, os dois começaram a passar mal. Rapidamente, Magno foi dirigindo o próprio carro até o hospital mais próximo. Segundo o irmão dele, Willian Gomes Lopes, em um primeiro instante, Magno começou a apresentar ânsias de vômito.

No hospital de Aracruz, ele teve uma parada cardíaca e, segundo o irmão, precisou ser reanimado por cerca de oito minutos. Devido ao quadro preocupante, ele foi entubado e transferido para um hospital na Capital. Já em Vitória, o morador de Aracruz passou por vários exames e ficou em coma induzido. Após 35 dias internado, ele não resistiu e foi a óbito na manhã deste sábado (27). 

Segundo Willian, o amigo, que comeu o fígado do peixe junto com Magno, também foi para o hospital, onde ficou internado por uma semana. 

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Aracruz informou, em nota, que os dois homens, Magno e o amigo, deram entrada no hospital São Camilo, sendo que um deles, o Magno, foi encaminhado para um hospital da rede privada na Grande Vitória. "Desde a primeira admissão no hospital, a vigilância de saúde do município foi informada, realizado notificação e todos os protocolos clínicos de intoxicação exógena", comunicou a administração municipal. 

A Unimed Vitória também foi procurada, mas informou, em nota, que não divulga informações particulares de pacientes. Já a Secretaria da Saúde informa que foi notificada sobre o caso e a equipe da Vigilância em Saúde seguirá o protocolo de investigação em conjunto com o município.

O Hospital São Camilo, por sua vez, informou que Magno foi internado na unidade de saúde por suspeita de intoxicação, depois de comer o fígado de um baiacu. "Ele recebeu o primeiro atendimento e suporte necessário em nosso hospital e foi transferido para Vitória. O paciente saiu do São Camilo grave, porém estável", acrescentou o hospital, em nota. 

O velório de Magno ocorre na Capela Mortuária de Aracruz, no bairro Jardins. O enterro será às 8h, no Cemitério Jardim da Colina.  

Sobre o baiacu

Os baiacus ou peixes-bola são peixes venenosos comuns na costa brasileira. Os mais importantes no Brasil são os baiacus-araras ou baiacus-lisos e os baiacus-pintados. As complicações neurológicas se manifestam por meio de dormência na boca e nas extremidades, fraqueza muscular, distúrbios visuais e outros sintomas. Ocorrem também náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia, e podem acontecer ainda convulsões e parada cardiorrespiratória nas primeiras 24 horas.

baiacu arara
Baiacu arara é uma espécie comum no ES e bastante consumido. (pixabay)

De acordo com o Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo (Toxcen), a intoxicação após ingestão da carne de baiacu ocorre raramente e são poucos os registros no Estado.

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