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Gêmeos de Colatina: entenda a rotina dos bebês na Utin de hospital

Gêmeos de Colatina: entenda a rotina dos bebês na Utin de hospital

Coordenadora da UTI Neonatal detalha o dia a dia dos recém-nascidos até eles receberem alta; após a morte de um deles, os outros cinco devem ficar pelo menos 3 meses no hospital

Publicado em 11 de outubro de 2023 às 10:28

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Momento em que pai pega um dos sêxtuplos após nascimento em Colatina
Momento em que pai pega um dos bebês após nascimento em Colatina. (Michel Macedo)

Desde quando Quezia Romulado, de 29 anos, descobriu que estava grávida de seis crianças ao realizar uma ultrassonografia em maio deste ano, ela e toda a família sabiam que a jornada seria de desafios e surpresa atrás de surpresa. Conforme os meses passavam, a barriga ia aumentando, com toda a ansiedade da família. Enfim, os sêxtuplos nasceram no dia 1º de outubro de 2023. Um deles, o Matteo, morreu cinco dias depois. Os outros cinco irmãos estão na UTI Neonatal do hospital e devem ficar por lá pelo menos durante três meses.

Os bebês nasceram prematuros extremos, com apenas vinte e sete semanas. O quadro de todos eles é delicado e uma equipe médica formada por vários profissionais e especialidades médicas acompanha cada passo.

O próprio parto precisou de uma força-tarefa. Ao todo, 32 profissionais participaram diretamente no parto. Foram três fisioterapeutas, três cirurgiões, dois anestesistas, oito pediatras especialistas em neonatologia, além de técnicos e enfermeiros.

Mãe do papai Migdiel e um pezinho de um dos sêxtuplos
Mãe do papai Migdiel e um pezinho de um dos sêxtuplos. (Michel Macedo)

Na primeira semana de vida, um dos sêxtuplos, o Matteo, acabou não resistindo. Ele estava em estado grave e, segundo a família, com sangramento no pulmão.

A luta pela vida continua com a rotina dos bebês até eles estarem completamente formados para poderem ir para a casa dos pais. A reportagem conversou com a coordenadora da Utin do São Bernardo Apart Hospital, Bianca de Medeiros, que explicou como vai ser o dia a dia dos bebês até a tão esperada alta.

Como os bebês estão sendo alimentados?

As crianças estão sendo alimentadas com leite ofertado por meio de sonda. A mãe Quezia já começou a ordenhar leite, e o hospital disse que a preferência é sempre o leite da mãe.

O leite dela é retirado diariamente e os bebês são alimentados por uma sonda em pequenas doses

Qual é tratamento eles precisam receber nesses 3 meses?

As crianças são prematuras extremas e, a maioria, extremo baixo peso. Todas necessitam de suporte ventilatórios, nutricional e monitorização intensiva, para rápida identificação e abordagem das possíveis complicações decorrentes da condição de prematuridade extrema.

Quando eles devem começar a ser amamentados pela mãe?

Segundo a coordenadora, para o aleitamento em seio materno, as crianças precisam estar estáveis, respirando em ar ambiente, o que vai demandar ainda um grande percurso. Por isso é impossível estabelecer uma data certa.

Sêxtuplos de Colatina devem ficar internados por cerca de 3 meses
Sêxtuplos de Colatina devem ficar internados por cerca de 3 meses. (Michel Macedo)

Quando os pais devem conseguir pegar eles no colo?

As crianças que estão mais estáveis, já estão liberadas para ficar no colo dos pais na posição canguru. Essa posição é de contato pele a pele com a mãe ou o pai, ou outro cuidador, por quanto tempo a pessoa desejar.

O bebê é colocado na posição vertical e a técnica pode ser realizada principalmente em bebês prematuros e de baixo peso. Conforme a Universidade Federal de Goiás (UFG), Estudos mostram que a posição canguru favorece a amamentação, maior autonomia da mãe, maior conforto e melhora do sono do bebê e redução das cólicas.

Quantos médicos cuidam diariamente dos bebês?

A equipe que está cuidado dos bebês é multidisciplinar e conta com neonatologistas, intensivistas pediátricos, pediatras, cirurgiões, radiologistas, oftalmologistas, enfermeiros, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas, entre outros. Os exames são realizados conforme a necessidade.

Como podem ser feitas as visitas?

Os pais têm livre acesso à unidade neonatal, e já estão liberados para o contato com os bebês. O contato precoce com os pais favorece no ganho ponderal e na estabilidade clínica. Além dos pais, apenas o pai e uma irmã de Magdiel visitaram os bebês.

A expectativa da família é de que a filha mais velha, Heloísa, de 5 anos, conheça os irmãos no próximo sábado (14). A mãe, Quezia Romualdo, e Magdiel vão ao hospital diariamente no período vespertino.

Qual é o principal desafio em cuidar de bebês tão prematuros?

O peso é um complicador para as crianças, mas não o único. Muitos outros fatores influenciam na gravidade e evolução das crianças.

Para a coordenadora da Utin, vencer a prematuridade é um verdadeiro desafio.

"Os recém nascidos prematuros apresentam seu organismo ainda muito frágeis, necessitando de vigilância de como vai ocorrer o seu desenvolvimento extra-uterino. São guerreiros, e podem nos surpreender. Toda a equipe tem se dedicado e está oferecendo um trabalho humanizado, técnico e com muito zelo", comentou Bianca.

Em entrevista ao Fantástico, a médica também explicou sobre a formação dos bebês.

“Faltou um período muito grande que elas deveriam estar ainda intraútero para formar o coração, pulmão e vasos sanguíneos. Crianças de 27 semanas, têm grandes chances de apresentarem complicações neurológicas e entre outras complicações, isso porque existe risco, inclusive de óbito, principalmente nessa fase inicial da vida”, explicou a especialista.

Capixaba dá à luz sêxtuplos em hospital de Colatina( Michel Macedo)

Relembre o caso

*Com informações da repórter Viviane Lopes, do g1ES

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