Publicado em 21 de abril de 2020 às 17:15
O Espírito Santo começa a ver um rápido avanço do número de profissionais da saúde infectados por coronavírus. Dos 1.313 casos da doença no Estado, segundo informações da Secretaria de Saúde divulgados nesta terça-feira (21), 206 são pessoas que trabalham na área. O total de trabalhadores como médicos, enfermeiros, assistentes e auxiliares, além de empregados dos setores de serviços hospitalar, já representa 15% dos registros da nova doença no Estado. >
Até segunda-feira, dos 1.212 casos de Covid-19 confirmados, 171 eram entre pessoas que atuam nessa categoria. Representantes dos trabalhadores afirmam que um dos principais problemas enfrentados é a falta de equipamentos de proteção individual. >
A Serra é a cidade com mais ocorrências. São 55 pessoas afastadas por causa da infecção. Vila Velha tem 52 casos e Vitoria registrou 51 contaminações.>
O detalhamento dos dados foi informado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) por meio de nota: "A Secretaria da Saúde (Sesa) informa que tem dado suporte para hospitais, municípios e outros órgãos, visando garantir que cada um tenha os equipamentos de proteção necessários para o combate ao novo coronavírus. >
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Na última semana, o governo iniciou a distribuição de mais de 1 milhão de EPIs para os 78 municípios do Estado. Nesta terça-feira (21) chegaram mais materiais enviados pelo Ministério da Saúde, que são 120 mil máscaras cirúrgicas e 8 mil aventais. Há processo de compra em andamento de 3,500 mil máscaras cirúrgicas e 500 mil máscaras N95, além de aventais. A previsão de entrega é até o início do próximo mês".>
O presidente do Sindicato dos Médicos do Espírito Santo, Otto Baptista, explica que todos os profissionais da saúde devem estar protegidos pela utilização de máscaras, óculos, gorros, aventais e álcool em gel. No entanto, a realidade dos hospitais do Estado é precária, na opinião dele.>
"Todos os setores de saúde a nível de Espírito Santo há uma falha de cerca de dois a três itens, na maioria de três itens, que contribui de maneira direta para a contaminação desses profissionais", pontua Otto. >
O Conselho Regional de Enfermagem fez vistorias por hospitais e unidades de saúde. A presidente, Andressa Barcellos, afirma que algumas instituições, inclusive, estimulam os funcionários a usar máscaras para além do tempo determinado pelos fabricantes. >
Além da melhora dos equipamentos, o Sindicato dos Médicos também solicitou ao governo estadual uma mudança na escala dos profissionais para permitir que eles entrem em quarentena e a testagem de todos eles a cada 15 dias. >
"Esse colega trabalha em vários hospitais, em vários plantões, nos seus consultórios e também têm suas famílias. Eles podem estar carregando esse vírus. O risco de contaminação é iminente", alerta Otto. >
A testagem geral entre profissionais da saúde também é reivindicada pelo Conselho Regional de Enfermagem. >
"No serviço hospitalar nós tempos profissionais da saúde que têm a doença, mas que não a manifestam. É importante testar esses profissionais para saber qual o universo de contaminados e poder implantar políticas de combate à Covid-19", esclarece Andressa. >
Mas Andressa pontua que os profissionais ainda precisam receber melhor treinamento para os cuidados específicos com os pacientes de coronavírus, que lhes permita garantir sua própria segurança. >
As reivindicações das categorias já foram repassadas ao governo estadual, mas até o momento ainda não houve respostas. Segundo Otto, o governador e a Sesa dizem estar avaliando as solicitações. >
A Sesa foi demandada pela reportagem, para falar sobre o assunto, mas não se manifestou até o fechamento dessa matéria. >
Com informações do G1 Espírito Santo.>
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