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“Dança da Vacinação”: SBI lança paródia para celebrar vacina no Brasil

“Dança da Vacinação”: SBI lança paródia para celebrar vacina no Brasil

Entoada por Rosana Puccia, biomédica pesquisadora da Unifesp e orientadora do programa de pós-graduação em Microbiologia e Imunobiologia, música divulgada pela Sociedade Brasileira de Imunologia é uma adaptação do clássico samba "Dança da Solidão"

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 12:35- Atualizado há 3 anos

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Paródia é adaptação do clássico “Dança da Solidão”
Rosana e David interpretam a paródia "Dança da Vacinação". (Antônio Borduque)

Um dia após a cerimônia simbólica de aplicação das primeiras doses da vacina Coronavac em São Paulo, as primeiras doses do imunizante contra a Covid-19 foram desembarcadas no aeroporto de Vitória na tarde desta segunda-feira (18). Uma aeronave da Azul trouxe as 101.320 doses da vacina já disponibilizadas ao Estado. Neste contexto, depois de uma longa espera pelo momento em que os primeiros grupos seriam vacinados, a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) divulgou, em suas redes sociais, um vídeo intitulado "Dança da Vacinação". Confira:

Entoada por Rosana Puccia, biomédica e pesquisadora da área de Micologia Médica e professora da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e orientadora do programa de pós-graduação em Microbiologia e Imunobiologia, a música é uma adaptação do clássico “Dança da Solidão”, de Paulinho da Viola (Paulo Cesar Baptista de Faria), em apoio à campanha Todos pelas Vacinas. A letra carrega versos como “Com Covid na parada, teve ciência na veia, com a vacina em boa hora, de esperança fico cheia”.

Confira a letra na íntegra:

"Isolada em casa, longe de tudo, amargura não é pouca, tão triste chora o mundo;

Transmissão não para, do fundo do coração, solução é só uma, no compasso da vacinação.

Vacinação, vacinação, tomo eu, toma você e toda a população. (Repete)

Caxumba tirou das ruas, varíola erradicou, rubéola não traz mais morte, pois a vacina chegou.

Meu pai sempre me dizia, com a Pólio tome cuidado, mas depois da Salk e Sabin isso é coisa do passado.

Vacinação, vacinação, tomo eu, toma você e toda a população. (Repete)

Com Covid na parada, teve ciência na veia, com a vacina em boa hora, de esperança fico cheia.

Mas vacinas já existem, eficazes e seguras, tome as suas duas doses, é o fim da amargura.

Vacinação, vacinação, tomo eu, toma você e toda a população. (Repete)

Tomo eu, toma você, vacina é a solução (Repete)"

BIOMÉDICA E CANTORA

Em entrevista à reportagem de A Gazeta nesta terça-feira (19), a intérprete da paródia, Rosana Puccia, contou estar muito feliz em colaborar com a campanha pró-vacinas. "O Daniel foi aluno nosso e fez uma paródia. Por intermédio de outra colega, perguntou se eu não tinha interesse em gravar para o grupo pró-vacinas. Quando eu vi a letra, achei extremamente bem feita e me interessei na hora. O David Pasqua, responsável pelo áudio e vídeo, tem um estúdio e fui gravar. Atrasou um pouco a gravação e fizemos rapidamente, mas o resultado foi muito positivo", iniciou.

Para ela, era de grande interesse auxiliar na campanha, "porque a vacinação salva". Puccia afirma ainda que a repercussão tem sido maior que o esperado. "Está sendo sensacional, muito foi divulgado o trabalho entre a classe médica inicialmente, e agora viralizou. E, é claro, temos o aval do Paulinho da Viola, autor da versão original da letra. Estou muito feliz em colaborar com este trabalho, é um prazer muito grande", acrescentou.

A pesquisadora e professora é também cantora profissional. "Há 9 anos desenvolvo um trabalho de divulgação de músicas autorais do compositor e produtor musical David Pasqua. Há 5 anos passei a fazer letras também, algumas são versões das músicas dele e a maioria é de canções originais em português e inglês. Também tenho composições infantis inteiramente minhas. Sou cientista, biomédica micologista, com pós-doutorado no Canadá. Sou conhecida na Escola Paulista de Medicina como a professora cantora. Faço eventos, congressos e meus colegas me apoiam inteiramente", disse, orgulhosa.

A COMPOSIÇÃO

A letra da paródia "Dança da Vacinação" foi composta pelo biomédico Daniel Bargieri, de 38 anos, professor no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), especialista em Imunologia e Genética de Protozoários e coordenador do Núcleo de Pesquisas em Vacinas da USP. Segundo ele, que diz não entender de música, a iniciativa veio da intenção de ajudar na campanha pró-vacinação.

USP, São Paulo
O biomédico Daniel Bargieri compôs a letra da paródia "Dança da Vacinação". (Arquivo pessoal)

"Não tenho formação musical nenhuma. O que me levou a compor foi ter falado com colegas e conhecidos para ajudar na campanha pró-vacinação. Acabou que um artista falou que seria interessante produzir uma paródia. Fiquei com isso na cabeça e tive a inspiração de fazer com a Dança da Solidão. Fiz e mandei para a Rosana, que foi minha professora na Unifesp. Eu já a conhecia e sabia que ela canta e que tem essa atividade artística. Ela gostou e gravou", disse.

Sobre a repercussão do vídeo, o biomédico conta que tem sido muito positiva. "A gente está muito feliz. Tem muita gente escrevendo através de contatos, falando que gostou, inclusive gente desconhecida. Inclusive o pessoal da OAB vai usar em um evento. O objetivo era esse, de ter um certo alcance e estimular as pessoas a falarem sobre o assunto, sobre a necessidade de vacinação. É só mais uma ação que se soma às outras, defendendo as vacinas", definiu.

SEIS PROFISSIONAIS VACINADOS NO PRIMEIRO DIA NO ES 

Para dar início ao processo de vacinação no Espírito Santo, para o qual o Estado recebeu 101.320 doses da vacina Coronavac, que foi desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e está sendo produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, foram vacinados seis profissionais do Hospital Estadual Jayme Santos Neves, em ato simbólico realizado nesta segunda-feira (18).

Confira quais foram os profissionais da saúde vacinados durante o evento de imunização:

  • Iolanda Brito da Silva dos Santos, 55 anos, técnica em Enfermagem;
  • Thais Fonseca Silva, 37 anos, fisioterapeuta;
  • Romerson Ribeiro Silva, 32 anos, médico;
  • Eliane Palles Luz, 51 anos, enfermeira;
  • Sabrina Bital Martins, 39 anos, auxiliar de serviços gerais;
  • Elizelia Bicalho, 68 anos, técnica de enfermagem e vacinadora;

DISTRIBUIÇÃO DAS VACINAS

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) começou, na manhã nesta terça-feira (19), a distribuir as doses da vacina contra o coronavírus aos municípios do Espírito Santo. Os caminhões que transportam as doses para as cidades capixabas são escoltados pela Polícia. Os veículos saíram da sede da Rede de Frios, da Sesa, em Bento Ferreira, em Vitória, por volta das 8h15 desta terça-feira. O primeiro caminhão será levado para a região Norte do Estado.

Pelo menos quatro viaturas da Polícia Militar, entre elas um veículo da cavalaria da PM, estão em frente ao prédio da secretaria estadual. Alguns carros de prefeituras, como a de Viana, também foram ao local.

Nessa segunda-feira (18), o secretário de Estado da Segurança Pública, Alexandre Ramalho, falou sobre o trabalho de escolta. "A Polícia Rodoviária Federal vai acompanhar do aeroporto as vacinas até onde a Sesa determinar. O local será guarnecido pela Polícia Militar e quando for efetivado o cronograma de entrega ao interior, também a PM fará a escolta", descreveu.

De acordo com Ramalho, as doses da Coronavac serão distribuídas inicialmente para Linhares, Colatina e Cachoeiro de Itapemirim. Desses municípios, as doses serão remanejadas para outras cidades.

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