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Publicado em 21 de março de 2024 às 18:47
O Contorno do Mestre Álvaro, na BR-101, na Serra, passa por intervenções para correção das ondulações em ponte construída sobre o terreno pantanoso do local. Inaugurado em 15 de dezembro de 2023 e com trânsito 100% liberado nos dois sentidos no dia 23 daquele mês, o local já é alvo de reclamação de motoristas, que afirmam que, em alguns pontos, os desníveis da via e as consequentes trepidações ao volante trazem riscos a quem dirige.>
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra remendos de asfalto em cima da estrutura de concreto, além de marcas de frenagem brusca na região recém-inaugurada.>
Nesta quinta-feira (21), a reportagem de A Gazeta foi até o local e constatou que todas as juntas das placas de concreto estão passando por um processo de reforço.>
Segundo um dos funcionários da operação, que não quis ser identificado, tal reforço não estava previsto inicialmente, e a atual intervenção deve durar de três a quatro meses.>
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"Começamos hoje essa operação. O que sei é que isso não estava previsto, mas estamos fazendo para garantir o reforço, para evitar problemas para quem passa na ponte", disse o funcionário.>
"A ponte não estaria suportando a quantidade de veículos, nem a velocidade que eles estão passando por aqui. Por isso, vamos reforçar", disse outro operário.>
Segundo Delso Gomes, especialista em Gestão, Mobilidade e Segurança no Trânsito, a sensação no local é de insegurança.>
"Logo depois da inauguração, foi observado o problema da falta sinalização, o que gerou uma confusão muito grande entre os motoristas, sendo um prato cheio para causar acidentes. Em relação à estrutura, por conta da quantidade de ondulações que tem na superfície, com qualquer carro pequeno já é possível notar a trepidação (vibração, oscilação do veículo na pista)", disse Delso.>
"Sei que isso não é uma condição normal, porque a gente nunca passa em uma ponte que tem tanta ondulação. Isso obriga o motorista a passar a 40 km/h", complementa Delso.>
Para fazer os motoristas diminuírem a velocidade ao passar pela ponte, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela obra, instalou placas que sinalizam que a velocidade em cima da estrutura é de 40km/h, informando ainda que o trecho conta com fiscalização eletrônica.>
Entretanto, registros feitos por motoristas e pela reportagem de A Gazeta mostram que o local não conta com dispositivos instalados para a medição da velocidade dos veículos.>
Segundo o Dnit, atualmente estão sendo realizados trabalhos voltados para a instalação de sinalização definitiva, iluminação, drenagem e outras possíveis correções solicitadas no local. Procurado pela reportagem, o órgão nacional confirmou que os serviços no Contorno do Mestre Álvaro devem continuar até o final de junho, quando se encerra o contrato de construção.>
“Até o final de junho, quando encerra a vigência do contrato de construção do empreendimento, podem ser vistas equipes do Dnit ao longo do empreendimento realizando algum tipo de serviço. Conforme o contrato junto ao Consórcio, a data limite para a execução dos serviços previstos em projetos encerra dia 31 de março. Contudo, a partir desta data até 30 de junho, a empresa tem prazo para executar a complementação e/ou refazimento de serviços que o departamento não tenha aceitado”, informou o Dnit, por meio de nota.>
Sobre a operação feita nas juntas da ponte, o Dnit explicou que “as juntas serão refeitas afim de acabar com as ondulações excessivas. Importante destacar também que estas ondulações não oferecem danos estruturais à ponte, que está integra e sem qualquer tipo de defeito ou patologia que coloque em risco a segurança dos usuários”.>
Em relação à velocidade na via, o órgão esclareceu que as sinalizações são temporárias. “A redução da velocidade se faz necessária, visando à segurança dos trabalhadores e usuários da rodovia até a conclusão dos trabalhos. Essas placas são provisórias e a fiscalização eletrônica será feita com apoio de radares móveis da Polícia Rodoviária Federal (PRF)”, diz a nota do Dnit.>
A reportagem de A Gazeta também procurou a PRF para confirmar a instalação dos radares na via, mas a corporação não retornou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.>
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