Avenida Maruípe, em Vitória, foi recapeada pela prefeitura
Avenida Maruípe, em Vitória, foi recapeada pela prefeitura. Crédito: Fernando Madeira

Asfalto em Vitória: lista mostra vias recapeadas, em avaliação e as descartadas

Desde o fim do ano passado, prefeitura tem realizado obras de recapeamento – que é a restauração de um asfalto que já existe; atualmente, há dois trechos importantes da cidade em obras

Tempo de leitura: 5min
Vitória
Publicado em 21/03/2024 às 07h30

Se você é motorista ou passageiro do transporte público e passa com frequência por Vitória já deve ter encontrado uma placa informando que há obras em andamento ou até mesmo alguma parte de rua ou avenida interditada, com a presença de máquinas e trabalhadores. É que desde o fim do ano passado, a prefeitura tem realizado obras de recapeamento – que é a restauração de um asfalto que já existe. Atualmente, há dois trechos importantes do município em obras: Rodovia Serafim Derenzi e Avenida Fernando Ferrari.

Como prometido pela administração municipal, o programa chamado AsfaltoVix deve recuperar até 160 quilômetros de vias. O investimento total é R$ 215 milhões. O programa de recapeamento tem como objetivo substituir trechos asfaltados que apresentam baixa qualidade, com buracos ou até mesmo com problema de impermeabilização. As obras pela cidade começaram ainda em 2023 e devem acabar até o fim do ano de 2025 – completando dois anos de contrato assinado pela prefeitura.

O recapeamento das vias, inclusive, já foi alvo de reclamação de leitores de A Gazeta. Em alguns pontos, sobra apenas uma faixa para o tráfego de veículos, gerando uma longa fila de carros. Para quem está dentro do ônibus não é diferente: mais tempo para fazer o mesmo trajeto. Em algumas ocasiões, leitores já registraram a falta de faixas pintadas no asfalto - o que deixa de indicar o espaço destinado a cada veículo.

Asfalto sem sinalização
Subida e descida da Ponte Ayrton Senna, entre Jardim da Penha e Praia do Canto, sem faixas em fevereiro deste ano. Crédito: Fernando Madeira

Em conversa com a reportagem de A Gazeta, o secretário de Obras de Vitória, Gustavo Perin, explicou que as chamadas vias arteriais, aquelas que ligam duas regiões importantes da cidade ou até mesmo dois municípios e são trechos de fluxo intenso de ônibus, são prioridades no programa de recapeamento. Na prática, as máquinas são responsáveis por tirar a camada do asfalto e colocar uma nova.

Gustavo Perin

Secretário de Obras de Vitória

"As vias que chamamos de arteriais têm uma característica de ligação entre municípios. E é sempre demandado o reparo das vias. Quando é preciso fazer uma operação tapa-buracos é porque alguma coisa não está indo bem. O último programa de recapeamento em Vitória foi em 2012, há mais de dez anos. A equipe tira o asfalto velho e coloca um novo"

O secretário utilizou como exemplo a Avenida Fernando Ferrari, que passa por bairros como Goiabeiras, Bairro República e Jardim da Penha, além de estar próxima à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde há a passagem de várias linhas de ônibus. "A avenida passou por vários remendos, a vida útil dela acabou", comentou.

Quais locais ainda devem passar por obras?

A Gazeta conversou com o secretário de Obras de Vitória para saber quais trechos da cidade ainda devem passar por recapeamento. Estabelecemos cinco classificações e selecionamos as principais ruas e avenidas do município. Abaixo, você confere se a avenida mais próxima da sua residência ou do trabalho já foi recapeada, está em obras, se tem obra programada, se ainda passará por avaliação ou até mesmo já foi avaliada e teve a possibilidade de obras descartada.

Como mostra o levantamento, as vias asfaltadas passam por bairros como Itararé, Maruípe, São Cristóvão, Jardim da Penha e Jardim Camburi. O secretário Gustavo Perin adiantou à reportagem de A Gazeta que a prefeitura pretende fazer o recapeamento em duas outras vias assim que o reparo terminar na Rodovia Serafim Derenzi e na Avenida Fernando Ferrari. A promessa é que o recapeamento seja feito na Avenida Reta da Penha e na Avenida Marechal Campos. Não há, porém, uma data para começo das obras.

Outros trechos foram descartados pelo secretário de Obras. Gustavo Perin explicou que pontos como as avenidas Vitória e Cezar Hilal oferecem qualidade suficiente e não há necessidade de reparo. A Avenida Leitão da Silva, por exemplo, é de responsabilidade do governo do Estado, por isso foi descartada pelo secretário.

Avenida Fernando Ferrari, em Vitória, em obras por volta das 22h em um dia de semana
Avenida Fernando Ferrari, em Vitória, em obras por volta das 22h em um dia de semana. Crédito: Leitor | A Gazeta

Avenidas no Centro de Vitória: incerteza sobre recapeamento

A reportagem também perguntou sobre o asfalto no Centro de Vitória. Em alguns locais, o asfalto apresenta desnível e buracos. Segundo o secretário Gustavo Perin, as avenidas da região ainda passarão por um processo de avaliação. Não está garantida ou descartada a intervenção no Centro de Vitória.

Camada de asfalto é trocada; entenda como é feito o recapeamento

A parte retirada e renovada é a última camada superior, chamada de revestimento. Segundo Gustavo Perin, o asfalto é composto por até quatro camadas, de baixo para cima: subleito, sub-base, base e, por último, o revestimento, que pode ser o asfalto ou blocos de concreto. A presença dos trabalhadores em ruas e avenidas da capital serve para a troca exclusivamente do revestimento: sai um asfalto antigo e entra um novo.

Passo a passo da decisão e das obras:

  1. É realizado um estudo da via, que define os trechos;
  2. Painéis são instalados nos postes indicando que no dia seguinte será necessária a liberação total daquele trecho da via para recapeamento;
  3. As duas faixas de estacionamento da via são interditadas com barreiras;
  4. É usada a fresadora, que faz a raspagem do asfalto desgastado;
  5. Depois é usada a vibroacabadora, que aplica a massa asfáltica para que os rasteleiros espalhem, garantindo um bom acabamento;
  6. Na sequência, os rolos compressores compactam o asfalto e garantem o acabamento da superfície do novo pavimento.
  7. Grelhas e tampões são nivelados com a nova camada de asfalto;
  8. Concluindo, é feita a nova sinalização horizontal da via (pintura de faixas no chão).

A troca de asfalto em Vitória só acontece, segundo o secretário, quando uma via apresenta condições ruins e não oferece qualidade suficiente. A Prefeitura de Vitória segue uma normativa padrão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).

"Temos normativos e estudos que indicam a necessidade ou não de realizar o recapeamento. São classificações objetivas do Dnit, são normas de procedimentos. Só fazemos a intervenção após uma análise técnica", afirmou o secretário.

O secretário lembrou ainda que o recapeamento tem sido feito, preferencialmente, durante a madrugada. Inicialmente, a prefeitura divulgou que as obras aconteceriam das 22h às 5h da manhã. A ideia era trabalhar fora do horário em que há fluxo intenso de veículos.

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