> >
Com leucemia, paciente se casa em capela de hospital da Grande Vitória

Com leucemia, paciente se casa em capela de hospital da Grande Vitória

Internado em um hospital particular na Serra, casal recebeu ajuda de funcionários para realizar a cerimônia, que teve direito a padre e bolo, na manhã desta quinta-feira (3)

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 17:41- Atualizado há 9 meses

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Maria Fernanda Conti
[email protected]

Há cerca de três meses, a vida do encarregado de mecânica Darcy Roberto de Oliveira, de 46 anos, virou de cabeça para baixo. Enfrentando um diagnóstico de leucemia, o homem, que está internado em um hospital particular da Serra, atualmente aguarda por um transplante de medula. Mas, para celebrar a vida, ele resolveu oficializar o casamento que tem com a companheira, a dona de casa Flavia Alyne Pacheco, 43 anos, na manhã desta quinta-feira (03), na capela que fica dentro da unidade.

Apesar de estarem juntos há 25 anos, o casal disse o "sim-sim" dentro da capela do Vitória Apart Hospital – com direito até a um padre. A cerimônia contou com a presença dos três filhos, de 15, 21 e 24 anos, e dos profissionais que acompanham a história da família.

Em conversa com o g1, a noiva contou que o casamento precisou ser feito no hospital devido ao estado de saúde do marido, que está debilitado e em cadeira de rodas.

Casamento de Darcy Roberto e Flávia  Aline, na Paróquia Nossa Senhora da Penha de Jardim Limoeiro. Darcy está em estado terminal
Casamento de Darcy Roberto e Flávia Alyne foi celebrado por profissionais do hospital. (Ricardo Medeiros)

"Como a imunidade dele está muito baixa, tivemos que fazer na capela mesmo. Estávamos nos preparando para casar há muito tempo, mas ele piorou. Ontem (2) o padre me ligou, dizendo que poderíamos fazer a cerimônia hoje (3). Está sendo uma ocasião especial até para ele [padre]. Acho que nunca fez uma celebração assim. Por isso, não deixamos passar batido", afirmou.

Além disso, segundo ela, houve uma grande mobilização entre os funcionários do hospital para realizar o sonho do casal. "Nossos colegas do hospital e fora dele deram a comida, eu ganhei as roupas; enfim, estou muito emocionada. Até porque não teria condições de comprar nada", destacou a esposa.

Casamento de Darcy Roberto e Flávia  Aline, na Paróquia Nossa Senhora da Penha de Jardim Limoeiro. Darcy está em estado terminal
Emoção e lágrimas: cerimônia aconteceu na manhã desta quinta-feira (03). (Ricardo Medeiros)

Ainda de acordo com Flavia, a família é do interior do Rio de Janeiro e veio para o Espírito Santo há menos de cinco anos, em busca de melhores oportunidades de emprego no Estado capixaba.

Aspas de citação

É um sonho que está sendo concretizado com a presença do meu filho e de amigos que conquistei no Espírito Santo, que me acolheram no momento que mais precisei. Deus me mandou anjos em formato de pessoas. Uma família de coração. Os enfermeiros, as meninas da limpeza; nada disso seria possível sem eles

Flavia Alyne Pacheco
Dona de casa
Aspas de citação
Emoção e lágrimas: casamento aconteceu na capela do Vitória Apart Hospital, na Serra(Ricardo Medeiros)

Espera pelo transplante

A médica Maria Elizabeth Rosandiski Rodrigues, que acompanha de perto o paciente, deu mais detalhes sobre o quadro de Darcy. Conforme ela explicou, o encarregado de mecânica foi diagnosticado com leucemia mielóide aguda, e precisou ser internado por causa de um quadro infeccioso.

"Ele está em processo de melhora. Há indicação de transplante – portanto, com perspectiva de cura", afirmou a profissional, que é da equipe de cuidados paliativos do hospital.

O encarregado de mecânica já faz quimioterapia, segundo a família. Na expectativa pela recuperação do marido, Flavia Alyne destacou ainda que a família já está fazendo os trâmites para conseguir realizar o transplante de medula – considerada uma das únicas formas de salvá-lo da doença.

"Estamos esperando agora que o plano de saúde libere o transplante, porque nós já temos o principal: o doador. O irmão dele foi 100% compatível. O mais difícil nós conseguimos. E a cada vez que ele faz a quimioterapia, fica muito mal. Mesmo assim, nunca perdemos a esperança", completou.

O g1 procurou a Samp para saber sobre a liberação do transplante. O plano informou por meio da assessoria que o procedimento será autorizado tão logo a equipe médica que assiste ao paciente indique a elegibilidade dele ao tratamento", garantiu a operadora de saúde.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais