Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 19:34
O julgamento do ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves, previsto inicialmente para ocorrer no mês que vem, foi remarcado para o dia 3 de abril. Em um pedido feito em caráter de urgência na terça-feira (7), o novo advogado do acusado solicitou que o júri popular fosse adiado, devido à realização de um procedimento cirúrgico.
Em documentos obtidos por A Gazeta, Pedro Henrique Souza Ramos justifica que, por conta da cirurgia, será necessário um afastamento e repouso de 15 dias. O procedimento está previsto para acontecer no dia 14 de março, um dia após a antiga data de início do julgamento.
Um laudo médico também foi anexado à solicitação, atestando que o profissional "ficará impossibilitado de exercer suas atividades habituais por quinze dias, após a realização do procedimento".
Procurado por A Gazeta, o advogado afirmou que a cirurgia já estava marcada desde dezembro de 2022. Segundo ele, como a expectativa é de que o julgamento se estenda por mais de um dia, houve a necessidade de pedir a mudança da data. "O procedimento já está autorizado e liberado desde dezembro. Só que chegamos a um impasse por conta do pré e pós-operatório, que não são fáceis", destacou.
Na mesma decisão em que definiu a nova data do julgamento, o juiz da Primeira Vara Criminal de Linhares Tiago Fávaro Camata também revogou a nomeação do advogado Deo Moraes Dias, que estava com o caso desde o dia 4 de novembro. Pedro Ramos assumiu a defesa do réu ainda na terça-feira (7).
O magistrado ainda arbitrou o pagamento ao profissional de R$ 800, proporcionais aos trabalhos desenvolvidos, "a serem arcados pelo Estado do Espírito Santo".
Na manhã desta quarta-feira (8), a antiga defesa do ex-pastor, representada por Déo Moraes Dias, emitiu um comunicado para a imprensa. Ele afirmou que recebeu a informação de que "um advogado de Vitória juntou procuração aos autos e assumiu o patrocínio da causa".
"Portanto, quero esclarecer que não mais estarei promovendo a defesa do réu Georgeval Alves no Plenário do Tribunal do júri, como advogado dativo. Quero agradecer a todos pela compreensão, e vida que segue!", frisou.
Os advogados de acusação do caso, Síderson Vitorino e Lharyssa Almeida, também se manifestaram em nota sobre o adiamento do júri popular: “Em que pese o adiamento da sessão em quase um mês, o referido lapso não interfere na qualidade técnica do trabalho que vimos engendrando para nossa atuação no Tribunal do Júri".
"Ocorre que tanto as provas técnicas do processo quanto a prova testemunhal a ser apresentada no plenário são suficientes para que o Colendo Conselho de Sentença se convença de que Georgeval é culpado pelos atos repugnantes que cometeu", completaram.
Os irmãos Joaquim Alves, na época com três anos, e Kauã Salles Butkovsky, de seis anos, foram assassinados no dia 21 de abril de 2018 na residência onde moravam, no Centro de Linhares. Segundo a Polícia Civil, eles sofreram abuso sexual e estavam vivos, desacordados em uma cama, antes de morrerem após um incêndio criminoso atingir a casa
Na casa, com os meninos, estava Georgeval Alves Gonçalves, acusado do crime. O ex-pastor era pai de Joaquim Alves e padrasto de Kauã Salles Butkovsky, filho do primeiro casamento de Juliana Pereira Sales Alves com o empresário Rainy Butkovsky. Juliana teve outro filho com o ex-pastor, além de Joaquim.
A morte de Kauã e Joaquim
Georgeval foi detido durante as investigações. Em maio de 2019, por decisão do juiz André Bijos Dadalto, da Primeira Vara Criminal de Linhares, ele foi pronunciado (decisão que o encaminhou para o Tribunal do Júri) por homicídio duplamente qualificado, estupro de vulneráveis e tortura.
Após essa decisão, recursos foram apresentados pelos advogados de defesa e analisados pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírito Santo
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