Os pescadores de Nova Almeida, na Serra, estão sem o principal ganha-pão. Um banco de areia gigante se formou na foz do Rio Reis Magos, que separa Serra e Fundão, e impede que os barcos saiam para o mar. A situação, que já estava delicada há algumas semanas, como A Gazeta mostrou, piorou nos últimos dias e, agora, o rio está totalmente bloqueado.
"A gente vive da pesca do camarão e do pescado. Tem família que já está passando dificuldades. A luz foi cortada da sede da associação (de pescadores), porque, sem pesca, não tem como pagar. Os peixes vendidos na cidade são trazidos de Guarapari. A situação está ridícula", desabafou o presidente da Associação de Pescadores de Nova Almeida, Fabricio Pimentel Zanoli.
As imagens abaixo foram gravadas por ele nesta sexta-feira (16).
Segundo Fabricio, há cerca de duas semanas, a prefeitura enviou uma retroescavadeira para o local para cavar um canal de 20 metros de largura e cinco de profundidade. A intenção era criar uma espécie de corredor para os barcos no meio do banco de areia até que a obra definitiva saísse.
Porém, os pescadores disseram que o serviço fez aumentar o volume de areia que entra no rio.
"Quando abriram a foz no mar, aí que entrou areia mesmo. E fechou tudo. O canal que a prefeitura abriu fez entrar mais areia. Agora a saidinha que tinha antes, de três metros, não existe mais", relata o pescador.
Para segunda-feira (19), está prevista uma reunião entre representantes do Governo do Estado, Prefeitura da Serra e os pescadores para definir o que pode ser feito no local.
O presidente da associação diz que os pescadores buscam uma solução mais definitiva, com a construção de dois píeres, dragagem do rio e o engordamento da praia de Nova Almeida. Contudo, diz que é importante que haja uma medida paliativa.
"Coloquei na pauta para discutirmos a criação de um auxílio. Tem pescador que não pesca há três meses. Eu vou pedir um auxilio enquanto não tiver a obra e o pescador não puder sair. São 200 famílias que dependem disso."
A Prefeitura da Serra, em nota, informou que, por se tratar de uma região de divisa com o município de Fundão, para qualquer intervenção, é necessário o licenciamento ambiental pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), órgão do governo do Estado.
Segundo o município, havia uma reunião com os pescadores agendada para o dia 29 de maio, mas os pescadores não teriam comparecido. Uma nova reunião é prevista para a próxima semana.
"A Prefeitura da Serra segue em permanente contato com o Iema em busca do licenciamento ou da delegação para que o município licencie. Vale destacar que a PMS está com os equipamentos no local fazendo diariamente as intervenções, autorizadas pelo órgão ambiental estadual, tratando de uma ação paliativa de curta solução. A solução definitiva deverá passar por intervenção mais complexa, cuja a pauta é a que está em debate junto ao Iema."
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