Publicado em 23 de junho de 2020 às 14:33
Lideranças da Piedade, em Vitória, se reuniram com representantes do Governo do Espírito Santo, nessa segunda-feira (22), em uma reunião virtual para falar sobre as reivindicações da comunidade depois que a Justiça deu, na última quinta-feira (17), dez dias para que o executivo estadual e a prefeitura de Vitória apresentem um plano de ação para o bairro. >
A Defensoria Pública entrou com a ação após a morte de Fabrício Almeida, de 18 anos, no dia 11 de junho, durante um ataque de criminosos no bairro. O Estado e o município então deverão apresentar medidas a curto, médio e longo prazo para o bairro dentro do programa Estado Presente.>
Para o representante do Instituto Raízes da Piedade a reunião foi uma resposta ao crime com uma possibilidade da comunidade levar as demandas para os governantes, se sentir acolhida e respeitada. >
Essa é a primeira vez que a gente percebe uma intencionalidade para que as nossas reivindicações deem certo, disse.>
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Os representantes da Piedade apresentaram demandas sociais e de melhorias da infraestrutura para atendimento à comunidade. Após a apresentação do plano de ação do governo do Estado e prefeitura, que deve ser finalizado até a próxima semana, a comunidade pretende montar um comitê local para acompanhar a implementação das ações.>
A secretária estadual de Direitos Humanos, Nara Borgo, explicou que no início da gestão foi montado um grupo para pensar em políticas públicas para o bairro da Piedade, porém, em virtude de várias excepcionalidades, não foram adiante. >
O secretário de Estado de Segurança Pública, coronel Alexandre Ramalho, lembrou que apenas a atuação policial não é suficiente para afastar a criminalidade na comunidade. Para Ramalho, esse momento é crucial para mudar a história da Piedade e que lazer, iluminação pública, projetos sociais, entre outras medidas, podem colaborar para pacificar a região.>
Assim que o plano de ações do governo do estado ficar pronto será feita uma nova conversa com os moradores para estabelecer prazos.>
A prefeitura foi procurada sobre as ações que serão desenvolvidas no bairro. A Procuradoria Geral do Município (PGM) informou que recebeu a intimação e está em fase de análise ainda dentro do prazo para resposta. A Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos de Vitória (Semcid) informou que também realizou uma reunião interna na tarde desta terça-feira para definir as ações.>
A Defensoria Pública acompanha a situação dos moradores da Piedade desde o ano de 2018, quando a comunidade ficou marcada pela morte dos irmãos Ruan, de 19 anos, e Damião, de 22. Eles foram assassinados com vários tiros e, de acordo com a polícia, não tinham antecedentes criminais. >
No último dia 11 de junho, os moradores presenciaram mais um ataque que resultou na morte do estudante Fabrício Almeida, de 18 anos. Uma adolescente de 16 anos, prima de Fabrício, e um amigo, também de 18, ficaram feridos no ataque.>
De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), os três eram inocentes e não possuíam nenhuma relação com a disputa pelo tráfico de drogas que motivou o ataque. >
Na última quarta-feira (17), os moradores prestaram uma homenagem às vítimas da violência na região.>
De 2018 até agora, segundo informações do Núcleo de Defesa Agrária e Moradia da Defensoria Pública, já são quase uma dezena de ataques violentos à Piedade e aos morros do entorno, resultando na morte de pelo menos oito pessoas, outras quatro feridas, três casas incendiadas e 40 famílias expulsas das próprias casas. >
Com informações do G1 ES>
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