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Chuva prejudica produção de banana e compromete alimento para o gado

Chuva prejudica produção de banana e compromete alimento para o gado

As chuvas que castigam o Sul do Espírito Santo estão comprometendo a agropecuária da região

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 17:21

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Estradas foram destruidas pela força da água. (Reprodução/Tv Gazeta Sul)

As chuvas que castigam o Sul do Espírito Santo estão comprometendo a agropecuária da região. Além da perda da produção de leite, por falta de energia elétrica e de acesso às propriedades, a cultura de banana foi prejudicada e o alimento para o gado durante o período de seca ficou comprometido. A enxurrada arrastou os bananais e também plantios de milho, que seriam usados para fazer a silagem que alimentaria o gado.

A dificuldade de acessar o interior dos municípios é um dos maiores desafios tanto para os moradores quanto para os servidores públicos e voluntários que tentam chegar aos locais devastados pela chuva. As estradas destruídas não têm previsão para serem reerguidas, além disso, houve queda de diversas barreiras. 

Até a manhã da última quarta-feira (22), o município de Vargem Alta já havia contabilizado 16 pontes danificadas e diversas comunidades isolas pelo temporal, conforme informou o prefeito da cidade, João Altoé (PSDB). Já em Alfredo Chaves, foram pelo menos 17 pontes destruídas devido às fortes chuvas.

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Temos como questão emergencial a recuperação das estradas para poder chegar até os produtores. Só assim conseguiremos mensurar os estragos causados pela chuva

Júlio Rocha
presidente da Federação da Agricultura do Espírito Santo (Faes)
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Sem estradas, agricultores estão tendo que escoar a produção quase que manualmente (como mostra o vídeo abaixo). Em Alfredo Chaves um grupo de produtores de banana da comunidade de Quarto Território ficou sem a ponte que ligava as estradas e teve que carregar as caixas nos ombros pela margem do rio.

As más condições das vias rurais não são o único problema para os produtores do Sul do Estado. Como os municípios mais atingidos pela chuva (Iconha, Alfredo Chaves, Anchieta, Rio novo do Sul e Vargem Alta) estão em área montanhosa, quem tinha o plantio em áreas de baixada, ou nos vales, teve prejuízo, já que as lavouras foram carregadas pela força da água.

Além do plantio de banana, a bovinocultura deve sofrer os impactos das chuvas por um longo período. De acordo com o diretor do Incaper, Cléber Guerra, além da perda de parte da produção devido à falta de luz e dificuldade de escoamento,  ainda há um agravante: a produção de silagem.

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Agora no início do ano os produtores cultivam milho para compor o volumoso (alimento com alto teor de fibra e baixo valor energético) da silagem. Mas, com as chuvas fortes, essa produção foi comprometida. Com isso, quando chegar o período de seca, em meados do ano, os produtores vão ter menos alimento disponível 

Cléber Guerra
diretor do Incaper
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MEDIDAS PARA RECONSTRUÇÃO

Na última terça-feira (21), o governo do Estado anunciou um pacote de medidas de socorro econômico paras as vítimas das chuvas que atingiram o Sul do Espírito Santo. O produtor rural vai contar com o auxílio do cartão reconstrução.  

Famílias com renda de até três salários mínimos que estejam inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal terão direito a um saldo de até R$ 3 mil para compra de materiais de construção, móveis e eletrodomésticos. Este cartão será operado pelo Banestes, com recursos do Fundo Estadual de Assistência Social, que receberá um aporte da reserva de contingências do governo do Estado.

Além do cartão, também foram ofertadas pelo Banestes linhas de crédito especiais para pessoas físicas e empresas, que não se enquadram no crédito rural. Porém, o produtor que atender aos requisitos mínimos para usufruir delas também pode solicitar.

Segundo o banco, no programa há a possibilidade de clientes que já possuem créditos parcelados obterem carência de 12 meses, esse benefício atinge também atinge os produtores rurais. Porém, o produtor rural já conta com mecanismos de prorrogação das suas operações dentro das próprias linhas de crédito rural, que são até mais benéficos do que os 12 meses ofertados, dependendo de cada caso.

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"Cabe ressaltar também que o Banestes possui recursos disponíveis para financiamento específico de crédito rural que, dependendo do tipo da operação, pode contar com taxas de juros inferiores a estas que estamos divulgando nestas modalidades", informou o banco por nota.

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