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Família produz 40 toneladas de arroz por ano e mantém tradição do cultivo

Família produz 40 toneladas de arroz por ano e mantém tradição do cultivo

A família Seidl cultiva o grão desde o início dos anos 80 e hoje colhe mais 40 toneladas por ano na localidade de Empoçado, em Afonso Cláudio

Publicado em 29 de maio de 2023 às 10:10

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Família produz 40 toneladas de arroz por ano e mantém tradição de cultivo do cereal. (Ari Melo )

Um dos alimentos mais consumidos do Brasil, o arroz também tem seu espaço na produção do Espírito Santo. Em Afonso Cláudio, na Região Serrana, a família Seidl cultiva o grão desde o início dos anos 80 e colhe mais 40 toneladas por ano. A tradição é passada de pai para filho e tem ajudado a movimentar a economia da região.

A plantação de arroz fica na localidade de Empoçado, no interior do município. E a história da família com o grão começou no início da década de 80, com o senhor Ervino, que resolveu insistir no cereal. Ele chegou a produzir 1,2 mil sacos de arroz por ano em 25 hectares produzidos.

Élcio Seidl, um dos irmãos produtores da família
Élcio Seidl, um dos irmãos produtores da família . (Ari Melo )

Hoje, de abril a maio, os irmãos Seidl colhem o grão, que representa muito mais do que um negócio familiar.

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O arroz representa, para nós, a base que se iniciou quando o pai veio para cá. Ele tentou produzir outro tipo de cultura aqui nessa região baixa, mas infelizmente não teve muito sucesso. Então, ele imaginou que o arroz era a cultura que ia se dar bem, porque é da água

Élcio Seidl
Produtor 
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Seca

Mas nem sempre o cenário foi de abundância e terras boas. Em 2017, houve prejuízo por conta da maior seca registrada no Espírito Santo. Áreas inteiras acabaram morrendo pela falta de água, e sobraram apenas cinco hectares.

No ano seguinte, a chuva voltou de forma regular e, sem a ameaça da seca severa, a plantação da família conseguiu se recuperar em um curto espaço de tempo. Atualmente, são 8 hectares e já é possível colher mais de 40 mil quilos de arroz por ano.

Como é produzido?

O plantio do arroz começa com a semeadura, geralmente entre outubro e novembro. Élcio Seidl, um dos irmãos produtores, explica a produção: “A semeadura é o próprio arroz. Preparamos uma área seca, semeando, tapamos com a terra direitinho e, em 25 dias, ele está com aproximadamente uns 20 centímetros”.

Família produz 40 toneladas de arroz por ano e mantém tradição de cultivo do cereal
O cultivo de arroz em áreas alagadas, como é feito na propriedade dos Seidl, é o mais comum no Brasil. (Ari Melo )

O cultivo de arroz em áreas alagadas é o mais comum no Brasil, representando aproximadamente 80% de toda área plantada com a cultura. “A gente abre a comporta de uma represa que tem no rio, depois das chuvas. Com trator, preparamos a terra dentro da água, fazemos o processo de nivelamento. E aí, depois, a gente vem com essas mudas de 20 centímetros e as plantamos no meio do  barro”, complementa Élcio.

Nesse período, pelo menos 15 pessoas são contratadas. Quando as folhas e os grãos ficam amarelados, o trabalho é feito com uma pequena foice — chamada "ronca" —, e uma máquina separa o grão da palha.

A etapa seguinte é o beneficiamento. Com os sacos cheios, os grãos são levados para a máquina de pilar. A da família Seidl é uma relíquia, pois tem mais de 70 anos e é nela que a casca do arroz é retirada.

Produtividade

Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Espírito Santo, existem 100 hectares plantados com arroz, produzindo cerca de 400 toneladas por ano do grão. Em Afonso Cláudio, são 10 hectares, sendo que a maior parte fica na propriedade dos Seidl, segundo o secretário de Agricultura do município, Anderson Pagoto. Trabalho que, para o gestor, faz a diferença no negócio local.

Família produz 40 toneladas de arroz por ano e mantém tradição de cultivo do cereal
Espírito Santo tem 100 hectares plantados com arroz, que produzem cerca de 400 toneladas por ano do grão. (Ari Melo )

“É muito interessante porque, além de ser uma questão tradicional, ela também é cultural. E ainda ajuda na alimentação dessas pessoas que trabalham com eles. Aqui, antigamente, eram 5 ou 6 colonos. Hoje, ele tem 5 ou 6 parceiros”, diz o secretário.

Com informações do repórter da TV Gazeta, Paulo Ricardo Sobral

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