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Casaca e Macucos completam 20 anos com discos novos e muita história

Casaca e Macucos completam 20 anos com discos novos e muita história

Bandas são registro vivo da música capixaba produzida no início dos anos 2000 e deixaram sua marca no cenário nacional

Publicado em 7 de agosto de 2020 às 10:47

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Casaca
Banda Casaca: 20 anos de sucesso e recordes batidos na indústria fonográfica capixaba. (Tiago Uliana)

São coincidências que só os "Deuses da música" podem responder. Casaca e Macucos, duas das bandas mais emblemáticas da história recente da música capixaba, estão completando 20 anos. Com a popularidade em alta, incluindo seguidores fiéis nas redes sociais, os grupos têm motivos de sobra para comemorar. 

"Estamos sempre nos reinventando, e os fãs sentem esse empenho, tanto que, mesmo com a pandemia, estamos lançando o álbum 'Celebração', o nosso oitavo disco de trabalho", comemora Renato Casanova, relembrando, com emoção, a primeira apresentação do Casaca, banda da qual é um dos integrantes mais populares.  

"Foi no réveillon de 2000, na Barra do Jucu (Vila Velha). Éramos muito jovens, ainda fazendo várias experiências musicais", relata, contando que os integrantes da banda foram se renovando com o passar dos anos. "Muita gente nova aqui da Barra (do Jucu) chegou, dando novos ares e trazendo novas ideias. Hoje, da composição inicial, restou apenas eu e o Flavinho", enumera, afirmando que um dos pontos altos de suas trajetórias foi a assinatura do contrato com a gravadora Sony Music, em 2002, o que possibilitou que o Brasil conhecesse o tradicional "rockcongo" capixaba. 

"Foi o que impulsionou a nossa carreira. Por conta do contrato, que durou até 2005, chegamos a fazer shows em várias partes do país, com as nossas músicas sendo cantadas em todas as apresentações", detalha Casanova, com nostalgia.  

Os números em torno do Casaca impressionam. O primeiro álbum, “No Tambor, Na Casaca, Na Guitarra”, lançado em 2001,  bateu o recorde de 55 mil cópias vendidas, façanha que o mercado fonográfico do Estado ainda não tinha conhecido. Músicas como "Sereia", “Anjo Samile” e "Ondas do Barrão" se tornaram uma espécie de hino de uma geração. “Da Da Da”, outro hit genuinamente capixaba, chegou a acordar um robô da NASA em Marte, em 2004.  Abaixo, veja a matéria do "Jornal Nacional", da Rede Globo, relatando o feito da banda Casaca.

TRAJETÓRIA

Por falar em Sony Music, a major também ficou de olho na pegada do Macucos, tanto que contratou os "reggueiros" de Vila Velha em 2002, logo após o produtor musical Liminha, ex-integrante de Os Mutantes, assistir a uma apresentação dos capixabas  em Castelo/ES, ficando impressionado com a sonoridade dos rapazes.   

Banda Macucos, grupo capixaba. (Reprodução/Instagram)

"Éramos muito jovens, sem experiência alguma. Portanto, tudo era muito novo para nós e, por consequência, para o mercado musical capixaba", assinalou Xande, um dos intregrantes do Macucos.

"Tivemos uma vivência importante. Assinamos o contrato e partimos para Itacaré /BA, a fim de gravar o clipe da música 'Além do Mar'. Fomos para o Rio e São Paulo, dando entrevistas para jornais e revistas de todo Brasil.  Além disso, chegamos ao primeiro lugar das paradas do programa 'TVZ', do Multishow", relata, com nostalgia, revelando que reestruturações internas na gravadora fizeram a "lua-de-mel" com a Sony passar pouco tempo depois, em 2004. "Logo veio a pirataria também. Com as mudanças na presidência da gravadora, nós acabamos saindo."  

O Macucos conta com quatro CDs lançados, além de um DVD ao vivo. O novo álbum, “Revolução do Amor”, que deve misturar o puro roots com batidas dançantes, será lançado ainda em 2020. Hits, foram vários, como "Tchau", "Foi Sem Querer", "Na Beira do Mar", além da citada "Além do Mar"

"Começamos em luaus nas praias de Itapoã (Vila Velha). Foi tudo muito informal. A ideia da banda veio de uma proposta do Fred, que cantava na capoeira, e de Junior Barriga, nosso antigo baixista. O Beto Pepê (outro integrante inicial), foi a um quarto e, de repente, voltou com a música 'Haverá' prontinha, um dos nossos grandes sucesso até hoje", relata Xande, com uma pontinha de nostalgia.

"Temos muitas influências e elas também mudaram com o passar dos anos. No início, além do reggae internacional de nomes como Bob Marley e Peter Tosh,  recebíamos grande influência do reggae da Bahia. Cantores como Nengo Vieira, Sine Calmon e Edson Gomes foram igualmente decisivos para o nosso estilo musical", enumera o guitarrista, que também atua como vocal da banda. 

Em 2014, o Macucos retornou ao cenário nacional, desta vez com duas participações superpositivas no reality "SuperStar", programa dominical da Rede Globo. 

Você deve estar se perguntando o porquê do nome Macucos. Xande faz questão de explicar detalhadamente.  "Foi a ideia de um amigo de escola do Fred (Nery, também vocalista do grupo). Não tínhamos ideia do significado até que descobrimos tratar-se de uma ave rara do Estado, que está em processo de extinção. Isso casa perfeitamente com a história do reggae, e o seu lado engajado em questões sociais e do meio ambiente", detalha.  

INESQUECÍVEL

O "Divirta-se" perguntou a Xande, do Macucos, e a Renato Casanova, do Casaca, se existe algum show ou apresentação que mais marcou nesses 20 anos de estrada. Os artistas disseram ser difícil enumerar, mas, toparam se arriscaram. 

"Têm dois shows bem especias para a carreira do Macucos. Um deles foi bem no início, na antiga Mega Zoom (casa noturna que ficava localizada na Praia de Camburi, em Vitória).  Fizemos a abertura de uma apresentação de Edson Gomes, com a casa lotada. Mais de cinco mil pessoas foram nos assistir. Era uma época boa, em que a cena musical capixaba 'fervia' de bandas. O outro, foi com uma apresentação no aniversário de Vitória, em 2009, logo após voltarmos depois de cinco anos de afastamento, agora com a nossa formação original", enumera Xande.

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"É muito complexo citar apresentações marcantes. Já cantamos no Festival de Verão de Salvador, em 2003, e no Ceará Music 2003, em Fortaleza, com mais de 60 mil pessoas assistindo. Prefiro dizer que conquistamos feitos e façanhas. O mais importante deles foi conseguir transpor a 'fronteira' da Barra do Jucu mantendo a nossa essência, não acha?", complementa Renato Casanova. 

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