Cada um de nós é o protagonista do combate ao coronavírus

Só há uma recomendação irrevogável nestes tempos ainda mais desafiadores que se encaminham: jamais bancar o destemido

Publicado em 21/03/2020 às 06h00
Atualizado em 21/03/2020 às 06h00
Movimentação na rodoviária da Capital. Crédito: Vitor Jubini
Movimentação na rodoviária da Capital. Crédito: Vitor Jubini

Todos reconhecem o clichê dos filmes-catástrofe: algum pesquisador ou cientista excêntrico faz um alerta de algum risco iminente que arruinará a humanidade e é solenemente ignorado. Na crise muito real do coronavírus, esse primeiro ato tão encenado nas telas existiu: a China chegou a minimizar os riscos da doença no início, mas conseguiu se mobilizar para conter a disseminação ainda em janeiro. Desde então, as mentes mais sãs da saúde pública do planeta estão em consenso quanto à gravidade do Covid-19.

Esse prelúdio ocorrido no exterior é o suficiente para afirmar que só há uma recomendação irrevogável nestes tempos ainda mais desafiadores que se encaminham: jamais bancar o destemido.

Não significa que agindo com precaução se atingirá uma blindagem total ao contágio pelo novo coronavírus, mas certamente se estará mais protegido do que aqueles que consideram a crise sanitária que se dissemina pelo mundo uma histeria. É importante se atentar, acima de tudo, para os próprios comportamentos. Há uma guerra declarada ao Covid-19, da qual todos são soldados.

Na linha de frente, colocam-se as autoridades públicas, pautadas pelas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Decisões drásticas estão sendo tomadas diariamente para limitar a circulação de pessoas e, assim, reduzir os danos. Já são dez dias em que o planeta vive oficialmente uma pandemia, mas a sensação é de que anos já se passaram, com o avanço da doença no Brasil e no mundo. E, mais especificamente, no Espírito Santo. A progressão é assustadora.

O governador Renato Casagrande, por aqui, anunciou uma série de medidas envolvendo principalmente o transporte público, como a retirada de circulação de ônibus com ar-condicionado e a suspensão do passe escolar, e a realização de eventos no Estado, com o fechamento de teatros, cinemas, boates e shoppings. As ações que tentam dificultar a socialização não podem encontrar resistência. O momento exige resiliência, com o reforço dos valores da solidariedade. As estratégias de isolamento, ainda não obrigatórias no país e nem sempre viáveis, não são um exagero diante de um vírus tão contagioso.

A pandemia deve ser levada a sério por todos, independentemente de idade ou condição social, como ressaltou a médica curitibana Mariângela Simão em entrevista à Folha de S. Paulo. Ela tem autoridade para ser tão imperativa: é diretora-assistente da OMS em Genebra. “Tem que levar a sério, não é brincadeira. Não é só uma questão sua, de você ter risco ou não de morrer ou ficar doente. É transmissão comunitária. Você ficando doente tem risco de infectar mais pessoas.”

A orientação da médica, como a de tantas autoridades de saúde ao redor do mundo, não é frase feita de roteiro de cinema. É a mais dura realidade, na qual cada um é o protagonista.

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