Publicado em 25 de setembro de 2020 às 20:51
O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), determinou que o INSS elabore, em até cinco dias, um protocolo para a realização de perícias médicas virtuais, adotando a telemedicina.>
Ele atendeu a pedido feito pelos conselheiros Maria Tereza Uille Gomes e Henrique de Almeida Ávila, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que apresentaram uma representação ao TCU contra o INSS questionando o impacto e possíveis irregularidades na interrupção das perícias médicas durante a pandemia.>
Os conselheiros argumentam que a telemedicina foi autorizada por lei, em abril, e embora abarcasse todos os ramos da medicina, houve resistência do Conselho Federal de Medicina e da Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia em adotá-la nas perícias do INSS.>
Ainda segundo os membros do CNJ, isso atrasou ações judiciais de pessoas que requisitavam benefícios previdenciários por incapacidade e de prestação continuada.>
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E, mesmo após o retorno do atendimento presencial nesta semana, cerca de 200.000 processos estão paralisados pela ausência de perícias e outras 600.000 requisições administrativas estão na fila.>
Eles alertam que isso pode provocar uma enxurrada de ações judiciais.>
Em seu despacho, Dantas afirma que não houve atuação proativa da Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério da Economia e do INSS para adotar perícias médicas eletrônicas, "o que vai contra o princípio da eficiência, da legalidade e da moralidade administrativa" e acusou o governo de se curvar ao lobby dos peritos.>
?Por evidente, os desdobramentos deste processo podem dizer o contrário, entretanto, tudo indica que o governo federal está se curvando aos lobbies corporativos em prejuízo da população brasileira. Seria desejável que o governo federal viesse a ficar do lado dos que mais necessitam, ainda mais em momento tão penoso para os mais vulneráveis?, afirmou Dantas em seu despacho.>
O ministro deu ainda 15 dias para o INSS, a Subsecretaria de Perícia Médica Federal do Ministério da Economia e o Conselho Federal de Medicina se manifestarem sobre a decisão.>
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