Publicado em 9 de novembro de 2023 às 09:33
As novas exceções criadas pelo Senado trouxeram mais incertezas sobre o tamanho da alíquota do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA) criado pela reforma. Durante a votação, nesta quarta (8), o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), subiu à tribuna para responder às críticas do líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), que dissera no plenário que a alíquota seria a mais alta do mundo.>
"Farinha pouca, meu pirão primeiro. Quem teve condições de gritar e brigar, fazer o lobby funcionar, está contemplado com exceções, aqueles que não tiveram essa forma serão obrigados a ter a maior carga tributária, pasmem senhores, a maior do mundo", atacou Marinho.>
Em tom professoral e munido de folhas de papel com as siglas dos impostos, Randolfe disse que os tributos que serão substituídos pela reforma equivalem a uma alíquota de 34,4%.>
A última previsão do Ministério da Fazenda é de que a alíquota poderia ir para 27,5%, mas a estimativa foi feita antes das alterações feitas na reta final da votação. Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), essa alíquota colocaria o Brasil no topo do ranking mundial, acima da Hungria, a primeira colocada, com 27%. Braga afirmou que vai pedir um novo estudo à Fazenda sobre a alíquota>
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A PEC 45 altera a tributação dos impostos que incidem sobre o consumo e cria um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), substituindo o ICMS dos Estados e o ISS dos municípios; e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), em substituição de PIS, Cofins e IPI, que são federais.>
Um terceiro tributo, o Imposto Seletivo (IS), também conhecido como "imposto do pecado", incidirá sobre produtos danosos à saúde e ao meio ambiente. O Senado incluiu na lista o IS-Extração, que incidirá sobre a extração de recursos não renováveis, como minério e petróleo; e a Cide, tributo que já existe, poderá incidir sobre importação, produção ou comercialização de bens que concorram com itens produzidos na Zona Franca de Manaus.>
Também foi criada uma contribuição sobre produtos que integram a pauta de exportação dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará.>
A reforma entrará em vigor por partes para os consumidores. Em 2026, a CBS começa com uma alíquota de teste de 0,9%, e de 0,1% para o IBS. No ano seguinte, em 2027, o PIS e Cofins - dois tributos federais - serão finalmente extintos. A transição do IBS será mais lenta e só terminará em 2033.>
O prazo da transição é um dos alvos dos críticos da reforma, que argumentam que as empresas terão de conviver por vários anos com uma quantidade de impostos dobrados. A queixa é de que a reforma não simplifica, mas troca "seis por meia dúzia".>
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava ausente das negociações diretas da reforma, entrou em campo na reta final e recebeu senadores para uma reunião no Palácio do Planalto. E foi um dos defensores da manutenção dos incentivos fiscais a montadoras do Nordeste.>
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