Publicado em 15 de dezembro de 2021 às 20:15
A Câmara aprovou nesta quarta-feira (15) projeto de lei que cria a chamada BR do Mar, uma iniciativa que busca estimular a navegação entre os portos nacionais (cabotagem). Um dos objetivos é reduzir a dependência no Brasil do transporte de cargas através de rodovias.>
Os deputados acataram algumas alterações feitas pelos senadores e rejeitaram outras. O texto final segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.>
O projeto da BR do Mar é uma das apostas do governo para a área de infraestrutura e envolveu grande articulação do ministro Tarcísio Gomes de Freitas.>
A proposta foi aprovada pelos deputados em dezembro do ano passado, mas enfrentou resistência dos senadores. Houve ainda divergências dentro do governo a respeito de alguns pontos, opondo o Ministério da Infraestrutura à equipe do ministro Paulo Guedes, da Economia, por disputas fiscais.>
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O projeto de lei que cria a BR do Mar busca flexibilizar algumas regras para a navegação entre portos nacionais e aumentar a frota de embarcações. O governo espera dessa forma estimular a concorrência no setor de transporte de cargas marítimas, aumentando as possibilidades de aluguel de embarcações de outros países.>
Atualmente, apenas embarcações ligadas às chamadas EBNs (Empresas Brasileiras de Navegação) podem executar a navegação de cabotagem. Essas empresas podem ter capital integralmente estrangeiro, mas precisam ter embarcações próprias. Também é necessária autorização da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).>
O projeto de lei aprovado aumenta as possibilidades de as EBNs afretarem embarcações sem a obrigatoriedade de possuírem embarcações próprias.>
Ao retirar a obrigatoriedade de que a empresa possua frota própria, a intenção é reduzir custos e dar agilidade ao mercado. Seria possível a uma companhia autorizada operar no transporte de cabotagem sem precisar investir pesado na construção de um navio, por exemplo.>
Os senadores tinham feito uma alteração em relação à tripulação das embarcações estrangeiras e reduzido o mínimo de trabalhadores brasileiros de dois terços, como aprovado na Câmara, para um terço. Os deputados retomaram os dois terços.>
Outro item do projeto prevê a a criação da Empresa Brasileira de Investimento na Navegação, que deve constituir frota e fretar as embarcações para EBNs operarem. Isso dispensa a necessidade de as EBNs investirem em frota própria.>
O ponto de discordância dentro do governo se refere à prorrogação do Reporto, um regime tributário especial que desonera investimentos em terminais portuários e ferrovias. O Reporto esteve vigente até 31 de dezembro do ano passado.>
No entanto, em uma vitória de Tarcísio Freitas, o regime especial será retomado a partir de janeiro e será válido até o último dia do ano de 2023. Os deputados mantiveram a prorrogação do benefício.>
Os deputados rejeitaram alteração feita pelos senadores que previa que contratos de trabalho dos tripulantes brasileiros que operem em embarcação estrangeira afretada fossem regidos pela legislação trabalhista brasileira.>
Segundo o texto aprovado na Câmara, aos contratos serão aplicáveis as regras internacionais estabelecidas por organismos internacionais referentes à proteção das condições de trabalho, à segurança e ao meio ambiente a bordo de embarcações, e pela Constituição Federal.>
Os deputados também rejeitaram outra mudança feita pelos senadores. O texto aprovado pela Câmara dobrava o número de diretores da Antaq de dois para quatro. Os senadores haviam retomado o número de dois diretores. Os deputados rejeitaram a mudança. Com isso, a Antaq ganha mais dois diretores.>
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