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Pessoas deixam de comprar carro, mas não de comer, diz presidente da BRF

Pessoas deixam de comprar carro, mas não de comer, diz presidente da BRF

A declaração é de Lorival Luz, presidente-executivo e CEO da BRF, empresa dona de marcas como Sadia e Perdigão. Segundo ele, a procura pelos produtos da empresa ficou estável mesmo diante da pandemia do novo coronavírus.

Publicado em 1 de abril de 2020 às 19:08

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BRF
A declaração é de Lorival Luz, presidente-executivo e CEO da BRF, empresa dona de marcas como Sadia e Perdigão. (Divulgação)

"As pessoas podem deixar de comprar carro, roupas ou televisão por um mês ou mais, mas ninguém pode passar um dia sem comer."

A declaração é de Lorival Luz, presidente-executivo e CEO da BRF, empresa dona de marcas como Sadia e Perdigão. Segundo ele, a procura pelos produtos da empresa ficou estável mesmo diante da pandemia do novo coronavírus.

"As pessoas não vão passar a comer mais ou menos por conta da quarentena", disse o executivo nesta quarta-feira (1º).

Segundo ele, o que houve foi um ajuste. "As pessoas comiam em restaurantes próximos aos locais de trabalho e agora passam a comer em casa. A gente tá vendendo menos para os restaurantes, mas mais para os mercadinhos de bairro", afirmou.

A empresa anunciou nesta quarta um pacote de doações de mais de R$ 50 milhões para ajudar no combate ao coronavírus. O montante será dividido em doações de alimentos, insumos e equipamentos médicos e recursos para financiar pesquisas. As doações serão destinadas a hospitais nas regiões e países de atuação da empresa.

A BRF também afirmou que vai contratar 2.000 funcionários para garantir a continuidade de sua produção em caso de necessidade de quarentena de equipes no Brasil e em outros países onde opera. A companhia garantiu que não irá demitir nos próximos dois meses.

"Com a internet as pessoas acabavam ouvindo notícias, que estão demitindo, reduzindo salário. E isso gera incerteza. Por isso quisemos colocar de forma tácita. E a gente espera é que daqui a dois meses tenha passado esse momento crítico".

Luz disse que o plano da empresa para lidar com o surto do coronavírus se baseou na experiência já vivida pela companhia em países como Turquia e Emirados Árabes Unidos, que registraram casos da doença há mais tempo do que o Brasil.

"Nós estamos há quase dois meses com um grupo multidisciplinar tratando disso. Existe uma demanda errática. As pessoas vão para o supermercado compram mais, depois se tranquilizam. Aí vem outra notícia que aumenta a demanda, mas na média permanece estável", disse.

Ele afirmou ainda que a empresa não tem observado nenhum problema de abastecimento nesse movimento. "Tomamos a decisão de manter o estoque de milho nas granjas e também estamos assegurando comunicação com nossos parceiros e transportadores, medidas restritivas."

O executivo é um dos membros do Conselho Superior Diálogo pelo Brasil, organizado pela Fiesp, que tem como objetivo fazer a interlocução de grandes empresários e executivos com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

"Pedi para que se soltasse um decreto definindo o transporte e a atividade de alimentos como atividade essencial e assim foi feito. O diálogo [com o presidente] é positivo" afirmou.

Luz não quis comentar as posições muitas vezes contraditórias do presidente e de ministros de seu governo em relação à quarentena por causa do coronavírus.

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