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Pacheco diz que Congresso recorrerá de decisão sobre desoneração

Pacheco diz que Congresso recorrerá de decisão sobre desoneração

Presidente do Senado se reuniu com consultores e disse que ação da AGU foi 'catastrófica'

Publicado em 26 de abril de 2024 às 14:41

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BRASÍLIA - O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que o Parlamento vai recorrer da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin que suspendeu trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de empresas e prefeituras e criticou o governo Lula (PT).

Pacheco chamou a ação da AGU (Advocacia-Geral da União) — que representa a União — de "catastrófica", disse que o Congresso foi surpreendido com a decisão do governo federal de acionar o Judiciário e que o erro foi não só técnico, mas também político.

Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante sessão de posse do presidente da República no Congresso Nacional
O presidente Lula e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

"[O assunto] surpreendeu a todos, especialmente pelo momento que nós estamos vivendo de discussão e busca por alinhamento entre o governo federal e o Congresso Nacional", disse Pacheco após se reunir com consultores do Senado.

O presidente do Senado elencou medidas do Ministério da Fazenda aprovadas pelo Congresso que deram fôlego às contas públicas e disse que o governo agiu como se o problema do Brasil fosse provocado pelos 17 setores da economia beneficiados e os municípios.

"O que gerou perplexidade e muita insatisfação ao Congresso Nacional foi o comportamento do governo federal. Por que precipitar uma ação dessa natureza, que acaba fomentando o fenômeno que nós queremos evitar no Brasil, que é a judicialização política, quando nós estamos discutindo justamente nessa semana adiamento de sessão do Congresso Nacional [...]?"

O principal argumento do relator da matéria no STF é o de que a desoneração foi aprovada pelo Congresso "sem a adequada demonstração do impacto financeiro". O governo diz que há violação da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) e da Constituição.

A desoneração da folha foi criada em 2011, na gestão Dilma Rousseff (PT), e prorrogada sucessivas vezes. A medida permite o pagamento de alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência.

A desoneração vale para 17 setores da economia. Entre eles está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha de S.Paulo. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, entre outros.

A prorrogação do benefício até o fim de 2027 foi aprovada pelo Congresso no ano passado e o benefício foi estendido às prefeituras, mas o texto foi integralmente vetado por Lula. Em dezembro, o Legislativo decidiu derrubar o veto.

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