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Mourão diz que governo deveria ter mantido o auxílio emergencial

Mourão diz que governo deveria ter mantido o auxílio emergencial

Em entrevista à rádio Gaúcha, vice-presidente afirmou que o governo deveria ter entendido que a pandemia de Covid-19 não terminaria em dezembro do ano passado

Publicado em 16 de abril de 2021 às 14:53

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Hamilton Mourão, vice-presidente da República
Hamilton Mourão, vice-presidente da República. . (Bruno Batista/VPR)

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta sexta-feira (16) que o governo deveria ter entendido que a pandemia de Covid-19 não terminaria em dezembro do ano passado e, por isso, mantido o auxílio emergencial, que ficou suspenso até abril.

"A curva da economia, a curva social, que foi a questão das linhas de crédito abertas, do auxílio emergencial que foi pago, ele deveria ter sido prolongado. Tínhamos que ter entendido que a pandemia iria prosseguir, não iria terminar em 31 de dezembro do ano passado para que a gente conseguisse manter essas duas curvas numa situação mais favorável possível", disse o vice-presidente em entrevista à rádio Gaúcha.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada em janeiro mostrou que o fim do benefício retirou R$ 32 bilhões mensais da baixa renda. Na época, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alegou que não havia dinheiro em caixa para estender o programa.

Sem o recurso, houve um salto na taxa de pobreza extrema do país no começo deste ano. O percentual de pessoas que vivem com menos de R$ 246 por mês passou de 8,5% em novembro para 12,8% em janeiro, segundo cálculo da FGV Social.

Com isso, o contingente total vivendo em situação de pobreza extrema chegou a 27 milhões de brasileiros no início do ano —mais que a população da Austrália.

No ano passado, foram cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300. Para mães chefes de família, os valores eram o dobro. Foram gastos R$ 293 bilhões para atender 67,9 milhões de pessoas.

Uma nova rodada do benefício começou a ser paga em abril, com valores inferiores. São quatro parcelas de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, a depender do tamanho do núcleo familiar. O governo prevê um gasto de R$ 44 bilhões para atender 45,6 milhões pessoas.

No ano passado, o pagamento fez disparar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se refere ao benefício como "o maior programa social do mundo".

Mourão também criticou a comunicação do governo durante a pandemia do coronavírus.

"Julgo que tínhamos que ter uma comunicação mais eficiente junto à população como um todo de modo que a população entendesse a gravidade desta doença", afirmou à radio.

O vice-presidente, porém, se recusou a criticar os maus exemplos dados por Bolsonaro durante a pandemia.

"Sou o vice-presidente do presidente Bolsonaro, então não compete a mim tecer este tipo de crítica, que, para mim, é deslealdade. O que eu tiver que falar a este respeito eu falo intramuros", afirmou.

Na noite de quinta-feira (15), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou na live semanal do presidente a antecipação nas datas de saques da primeira parcela do auxílio emergencial.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, que voltou a criticar a comunicação do Executivo durante a pandemia - Pedro Ladeira - 12.jan.21/Folhapress

Com a mudança, a autorização para saques ou transferências desses valores pelos beneficiários será antecipada em até 18 dias, a depender da data de nascimento. O primeiro saque está previsto para ser liberado em 30 de abril, ante 4 de maio no calendário anterior.

A alteração não afeta as datas de liberação do auxílio no aplicativo da Caixa, com possibilidade de uso do dinheiro para pagamentos digitais.

Até o momento, também não houve alteração do calendário original de saques e transferências da segunda e da terceira parcelas.

O calendário original previa a liberação de saques, em geral, a cada dois dias, de acordo com o mês de aniversário do beneficiado. Agora, as autorizações serão feitas em dias seguidos, agilizando o processo.

VEJA O NOVO CALENDÁRIO DE SAQUES, POR MÊS DE NASCIMENTO:

Janeiro: antecipado de 4 de maio para 30 de abril

Fevereiro: antecipado de 6 de maio para 3 de maio

Março: antecipado de 10 de maio para 04 de maio

Abril: antecipado de 12 de maio para 5 de maio

Maio: antecipado de 14 de maio para 6 de maio

Junho: antecipado de 18 de maio para 7 de maio

Julho: antecipado de 20 de maio para 10 de maio

Agosto: antecipado de 21 de maio para 11 de maio

Setembro: antecipado de 25 de maio para 12 de maio

Outubro: antecipado de 27 de maio para 13 de maio

Novembro: antecipado de 1º de junho para 14 de maio

Dezembro: antecipado de 4 de junho para 17 de maio

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