Publicado em 24 de julho de 2020 às 12:38
Entre o início de maio e a primeira semana de julho, o país perdeu 2,1 milhões de ocupações, segundo a Pnad Covid, pesquisa desenvolvida pelo IBGE para mensurar os efeitos da pandemia do coronavírus sobre o mercado de trabalho e a saúde dos brasileiros.>
Com isso, o percentual de pessoas ocupadas entre a população com idade de trabalhar chegou ao menor nível da série histórica, em 48,1% na semana de 28 de junho a 4 de julho, contra 48,5% na semana anterior e 49,4% no início de maio.>
Na primeira semana de julho, a população ocupada somava 81,8 milhões, contra 83,9 milhões de 3 a 9 de maio, início da série histórica da pesquisa. Na última semana de junho, os ocupados eram 82,5 milhões.>
Os ocupados afastados do trabalho devido ao distanciamento social somavam 8,3 milhões na primeira semana de julho, metade do número de afastados do início de maio (16,6 milhões) e 2 milhões a menos do que na última semana de junho (10,3 milhões).>
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Segundo Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa no IBGE, entre o fim de junho e o começo de julho, uma parte dos ocupados retornou ao trabalho e outra parcela foi para fora da força, ou seja, não voltou a trabalhar, nem procurou trabalho.>
O número de desocupados cresceu em 1,7 milhão desde o começo de maio, passando de 9,8 milhões então para 11,5 milhões na primeira semana de julho. Com isso, a taxa de desocupação subiu de 10,5% para 12,3% neste intervalo.>
Da última semana de junho para o início de julho, no entanto, houve queda do número de desocupados, de 12,4 milhões para 11,5 milhões.>
"Essa queda no número de pessoas desocupadas está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho do que pela entrada na população ocupada. São pessoas que, naquela semana, não procuraram trabalho por algum motivo", afirma Maria Lucia.>
A população fora da força de trabalho somava 76,8 milhões na primeira semana de julho, um crescimento em relação aos 75,1 milhões registrados na semana anterior, e estatisticamente estável na comparação com o início de maio (76,2 milhões).>
Da população fora da força de trabalho, 19,4 milhões gostariam de trabalhar, mas não o fizeram por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na localidade em que moravam. Esse contingente aumentou em relação à semana anterior (17,8 milhões), mas permaneceu estável em comparação com a semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões).>
Os ocupados trabalhando remotamente somaram 8,9 milhões na primeira semana de julho, estatisticamente estáveis em relação a semana anterior e ao começo de maio, ambos registrando 8,6 milhões de pessoas em trabalho remoto.>
A taxa de informalidade foi estimada em 34,2%, comparada a 34,5% na última semana de junho e 35,7% no início de maio. A queda da taxa não é considerada, porém, algo positivo, pois revela a dificuldade do mercado informal de servir como um "colchão" para o mercado de trabalho na crise atual, diferentemente do observado em recessões anteriores.>
O número de pessoas que apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular) somava 14,3 milhões na primeira semana de julho, queda em relação à semana anterior (15,4 milhões) e ao início de maio (26,8 milhões).>
Entre as pessoas com sintomas, 3,1 milhões procuraram atendimento em algum estabelecimento de saúde, mantendo estabilidade em relação à semana anterior.>
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