Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 17:15
O ministro da Economia, Paulo Guedes, terá férias de 18 de dezembro de 2020 a 8 de janeiro de 2021. A autorização foi dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e publicada nesta sexta-feira (11) no Diário Oficial da União. >
O ministro sai para a folga de 22 dias em meio ao crescimento dos casos de Covid-19 e à paralisia da agenda econômica na reta final do ano. O mais recente exemplo foi observado no pacotaço fiscal para controlar despesas públicas, considerado uma prioridade pela equipe econômica para enfrentar os desafios fiscais nos próximos anos.>
O relatório sobre o pacote, que seria apresentado nesta semana, foi colocado na geladeira nesta sexta-feira (11) pelo relator, o senador Marcio Bittar (MDB-AC). Ele, que nos meses anteriores participou das campanhas municipais no Acre, só pretende voltar ao assunto em 2021.>
"Em vista da complexidade das medidas, bem como da atual conjuntura do país, decidi não mais apresentar o relatório da PEC Emergencial em 2020", disse o senador, em nota.>
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Uma das versões do relatório chegava a estourar o teto de gastos para acomodar o combate à pobreza sem rever outros gastos de forma relevante, o que assustou o mercado e fez a Bolsa cair. Depois, novas versões não mencionavam mais o drible na norma, mas de qualquer forma desidratavam a economia proposta por Guedes.>
Agora, sem o pacote, o governo começa o ano que vem sem espaço significativo no Orçamento para um aumento expressivo de recursos para programas sociais.>
Também continua pendente a votação do próprio Orçamento de 2021, que está previsto somente para o ano que vem. Enquanto o texto não for aprovado, o governo tem autorização para gastar apenas 1/12 avos do previsto por mês.>
O PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), que estabelece uma meta para as contas públicas no ano que vem e autoriza a execução de despesas, também está estacionado no Congresso (desde abril). A peça tem votação prevista para 16 de dezembro, dois dias antes das férias do ministro.>
Outro tema parado é a reforma tributária. O presidente da comissão sobre o tema, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), anunciou a prorrogação dos trabalhos até 31 de março do próximo ano. Isso significa que as conclusões serão adiadas.>
Segundo Rocha, a medida foi necessária devido ao calendário das votações em dezembro e por causa das eleições à presidência da Câmara e do Senado, marcadas para 1º de fevereiro.>
"Considerando o calendário legislativo de dezembro, assim como as eleições da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em fevereiro, decidimos, em conjunto, solicitar a prorrogação da Comissão Mista da Reforma Tributária até 31 de março de 2021", afirmou Rocha em rede social.>
A reforma administrativa, que revê gastos com servidores, também não andou desde que foi enviada ao Congresso (no começo de setembro).>
Nos últimos meses, foram aprovados no Congresso somente temas de menor complexidade da agenda econômica, como a nova lei de falências e o projeto da BR do Mar (este, liderado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas).>
Em meio à incerteza de analistas sobre o avanço da agenda econômica a partir do ano que vem, Guedes buscou transmitir uma mensagem ao mercado de compromisso com as contas públicas.>
"Acho que, antes do fim do ano, vamos dar um forte sinal de que estamos promovendo a agenda fiscal. Estamos enviando um forte sinal para reduzir subsídios e gastos tributários", afirmou em vídeo divulgado na última quarta-feira (9) durante evento virtual.>
Paralelamente à paralisia na agenda, o governo assiste ao aumento dos casos do coronavírus e ao risco de fechamento de atividades por parte de governadores e prefeitos.>
Oficialmente, Guedes e sua equipe vêm dizendo que não há risco de suspensão das atividades, como ocorreu neste ano. Em março de 2020, no entanto, a equipe econômica tinha discurso similar e as medidas restritivas acabaram sendo tomadas pelo país, forçando o governo federal a criar o auxílio emergencial>
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