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Bradesco volta a aumentar reserva para calotes e lucro tem tombo de 40,1%

Bradesco volta a aumentar reserva para calotes e lucro tem tombo de 40,1%

O novo tombo do segundo trimestre foi causado por mais um forte aumento das reservas para cobrir calotes, consequência dos danos econômicos do coronavírus

Publicado em 30 de julho de 2020 às 10:38

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Bradesco tem 40 agências bancárias no Espírito Santo
O resultado do banco Bradesco no acumulado do ano é um lucro de R$ 7,6 bilhões - o pior para o período desde 2014. (Google Earth)

O lucro líquido do Bradesco caiu 40,1% no segundo trimestre de 2020 ante igual período de 2019, para R$ 3,9 bilhões.

A segunda queda seguida, em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Nos primeiros três meses do ano o lucro havia caído 39,8. No entanto, comparando o primeiro trimestre com o segundo trimestre deste ano, o lucro deve leve alta de 3,2%.

O resultado do banco no acumulado do ano é um lucro de R$ 7,6 bilhões -o pior para o período desde 2014, durante a crise, quando registrou lucro de R$ 7,3 bilhões no primeiro semestre.

O novo tombo do segundo trimestre foi causado por mais um forte aumento das reservas para cobrir calotes, consequência dos danos econômicos do coronavírus. O Bradesco - que já havia separado um volume 86% maior de recursos em março para tentar conter os impactos da pandemia- dobrou as provisões feitas entre abril e junho em relação ao mesmo trimestre de 2019.

A alta foi de 154,9%, para R$ R$ 8,9 bilhões.

Desse total, foram R$ 3,8 bilhões relacionados ao ramo financeiro e R$ 747 milhões ao ramo de seguros.

Em relatório divulgado nesta quinta-feira (30), o banco afirmou que seus estudos internos, que são baseados em modelos estatísticos e que refletem a expectativa de perdas do banco em diferentes cenários econômicos indicaram a necessidade de reforço nas provisões.

"Muito embora o tamanho do impacto na economia e a duração da crise ainda seja incerto, continuamos evoluindo em nossas operações de crédito. [...] Evoluções que impactam as despesas com PDD [Provisão para Devedores Duvidosos] em função das provisões mínimas requeridas pelo Banco Central", disse o banco em nota.

Ainda segundo o Bradesco, outra consequência do cenário econômico adverso foi a redução nas receitas com recuperação de créditos e aumento nas despesas com descontos concedidos e impairment (custos com deterioração) de ativos financeiros.

No período, a carteira de crédito expandida do banco atingiu R$ 661,1 bilhões, alta de 14,9%. Esse avanço foi puxado principalmente pelos empréstimos para pessoas físicas, que subiram 12,3%, para R$ 236 bilhões.

Os empréstimos para pessoas jurídicas registraram alta de 16,4%, para R$ 425,1 bilhões, com o crédito para as grandes empresas subindo 18,2% no período, para R$ 310,2 bilhões e os recursos voltados para micro, pequenas e médias empresas com avanço de 11,7%, para R$ 114,9 bilhões.

Em relação aos três primeiros meses do ano, no entanto, a carteira de crédito do banco subiu apenas 0,9%, sendo puxada apenas pelos recursos cedidos às grandes empresas, que subiram 4,5%. Os empréstimos voltados para pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas reduziram 1,3% e 3,6%, respectivamente no período.

A inadimplência total acima de 90 dias ficou em 3%, queda de 0,2 p.p. (ponto percentual) ante igual período de 2019 e de 0,7 p.p. em relação ao primeiro trimestre.

"A redução do indicador para as pessoas físicas e para a carteira de micro, pequenas e médias empresas está relacionada às ações para prover liquidez aos clientes, visando uma readequação de seus fluxos de caixa durante o cenário econômico atual", afirmou o banco em relatório.

O Bradesco prorrogou R$ 61 bilhões desde o início da pandemia. Desse total 93% eram contratos que estavam em dia, 71% possuíam garantia real e 96% estavam com uma nota de crédito (rating) alta.

A margem financeira do banco (principal receita, gerada com operações de crédito) subiu 15,3%, para R$ 16,7 bilhões. Já as receitas com prestação de serviços caíram 7,9%, para R$ 7,6 bilhões e, além do ambiente econômico, também podem ter refletido a maior concorrência nos setores de cartões e investimentos, por exemplo.

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