Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 14:25
Vista como uma das medidas mais importantes para o equilíbrio das contas públicas, a reforma administrativa, que muda os direitos dos servidores públicos, deve ser enviada na semana que vem sem mexer na estabilidade dos atuais funcionários, segundo o presidente Jair Bolsonaro, ao falar sobre o tema nesta quinta-feira (13/02). O temor do mercado é que o governo cozinhe o tema banho-maria.>
Desentendimentos do Ministério da Economia, autor do projeto, e lideranças no Planalto, incluindo o próprio presidente Jair Bolsonaro, podem atrasar ainda mais ou mesmo inviabilizar o envio e votação do projeto ainda neste ano.>
Nos bastidores, segundo reportagem do jornal O Globo, existe a preocupação do presidente de ficar marcado como o responsável pela reestruturação do funcionalismo, legado que ele não pretende carregar,>
Uma das alegações de Bolsonaro para postergar o envio é que a proposta da equipe de Paulo Guedes acaba com carreiras de Estado, além de entregar às mãos do setor privado atividades hoje executadas apenas pelo poder público.>
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A queda de braço entre o time econômico e a ala política tem relação principalmente as funções jurídicas e diplomáticas.>
Após o projeto de Guedes ser avaliado pela equipe jurídica do Planalto, a percepção que Bolsonaro chegou, de acordo com O Globo, foi de que ele entregaria a empresas privadas a gestão de setores estritamente públicas.>
Para Bolsonaro, o parecer deixa claro que o projeto de reforma administrativa iria propor um redesenho do Estado, atendendo a iniciativas anunciadas por seu adversário político, João Dória.>
Em outra análise, o jornal Estado de S.Paulo diz que a política conduzida por Bolsonaro, com esse vaivém sobre a reforma administrativa, coloca em risco o avanço da economia, o que pode levar o Brasil a viver apenas um voo de galinha, termo usado para mostrar que uma economia pode ter apenas um fôlego curto, não sustentando seu crescimento por muito tempo.>
Uma das ideias de Bolsonaro para tentar se eximir das consequências políticas da reforma administrativa seria enviar emendas ao projeto que já tramita no Congresso. No entanto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não aceitou a proposta, já que cabe ao Executivo encaminhar mudanças referentes aos seus servidores.>
Uma das ideias iniciais tanto de Maia quanto de Guedes era aprovar a reforma antes que senadores e deputados fiquem preocupados com as eleições municipais. Mas o governo está agora preocupado em programas sociais, na tentativa de criar uma marca antes do pleito municipal.>
O fato do governo federal não ter mais prazo para enviar a proposta coloca em xeque o futuro político dele, rebaixando as possibilidades de reeleição.>
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