Estúdio Gazeta
SINFAGRES
O trabalho de fiscalização e defesa agropecuária realizado diariamente no Estado, como forma de garantir a qualidade dos produtos desde o processo de criação dos animais até o seu transporte para a comercialização, desempenha papel importante para a proteção da saúde pública e da economia no Espírito Santo e no País.
Neste ano, o fato tornou-se ainda mais evidente com o aparecimento de casos do Mal da Vaca Louca - Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB) - em Minas Gerais e Mato Grosso, que fizeram com que a China suspendesse as importações de carne do Brasil temporariamente.
“O trabalho de fiscalização contribui para o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo, atuando diretamente na proteção da saúde pública e dos recursos naturais, garantindo a sanidade animal e vegetal. Nesse sentido, as ações preventivas desenvolvidas pelo Idaf são fundamentais e cabe parabenizarmos os servidores do Idaf pelo desempenho que têm no órgão”, destaca o diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Mário Louzada.
Os dois casos de vaca louca detectados no país foram de encefalopatia espongiforme bovina atípica, de ocorrência espontânea e esporádica, que afeta bovinos em idade avançada e não pela ingestão de alimento contaminado que possuem em sua formulação proteína de origem animal.
Este tipo de encefalopatia não possui poder de disseminação e não oferece risco à saúde animal ou à saúde humana. Mas também foram registrados neste ano, na Inglaterra, casos da encefalopatia clássica, por meio do consumo de rações feitas com proteína animal, como por exemplo, farinha de carne e ossos, o que mais uma vez acendeu um alerta em todo o mundo.
No Espírito Santo, as ações de prevenção acontecem em todos os municípios e começam ainda nos locais de criação dos bovinos.
O funcionamento de toda a indústria de produtos de origem animal só é permitido com o registro no serviço de inspeção oficial, que pode ser federal, estadual ou municipal. A fiscalização do Idaf é baseada em normas, padrões de higiene e leis, que visam eliminar ou minimizar riscos de contaminação. A inspeção sanitária dos produtos de origem animal é realizada por médicos-veterinários dos serviços oficiais.
Nos abatedouros, esses profissionais são responsáveis pela análise clínica dos animais, ainda nos currais. Essa avaliação prévia é necessária, pois algumas doenças, como a raiva e a doença da vaca louca - que podem ser transmitidas aos seres humanos -, só podem ser identificadas com o animal vivo por meio da sintomatologia clínica.
Após o abate, é feita uma nova avaliação das partes internas nos animais a fim de identificar lesões características de outras doenças, como brucelose, tuberculose e cisticercose, por exemplo.
“Podemos afirmar que a carne dos animais abatidos em estabelecimentos registrados no serviço veterinário oficial do Estado do Espírito Santo é totalmente segura, pois além da fiscalização quanto ao fornecimento de alimentos para ruminantes, a inspeção é realizada para que sejam abatidos somente animais saudáveis. Além disso, todo o material de risco específico (cérebro, medula óssea, tonsilas, parte do intestino) é eliminado e incinerado, não havendo risco de transmissão da doença para seres humanos. Vale o alerta à população para que sempre verifique a origem da carne consumida”, explica Guilhermo Recla, vice-presidente do Sindicato dos Fiscais Estaduais Agropecuários do Espírito Santo (Sinfagres) e médico-veterinário do Idaf.
Uma das armas para a prevenção de doenças como a da vaca louca e outras, como a raiva, é a Gerência de Diagnóstico Laboratorial do Estado do Espírito Santo, localizado em Cariacica, sob a coordenação do Idaf. Todo animal que apresenta sintomas suspeitos passa por exames para detectar qual a doença que possui.
Os sintomas da EBB são semelhantes aos da raiva, pois ambas são doenças que atingem o sistema nervoso dos animais (nervosismo, hipersensibilidade, dificuldade de andar) e que podem ser transmitidas para o ser humano e não possuem tratamento. Assim, se uma amostra de um animal tem resultado negativo para a raiva, após um segundo exame, o material é enviado ao Laboratório Nacional Agropecuário do Mapa (Lanagro), em Pernambuco, para se efetuar o exame para EBB.
Seguindo os critérios do Ministério, este procedimento é feito com as amostras de bovinos com idade acima de 24 meses e ovinos e caprinos acima de 12 meses. Este exame é obrigatório nos animais importados de países de risco.
O que é?
Formas de contágio:
História:
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta