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Aos 99 anos, morre Aylton Bermudes, o mais imortal dos imortais do ES

Advogado, escritor e membro da Academia de Letras do Estado, ele faria 100 anos em julho

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 11/03/2021 às 12h28
Atualizado em 11/03/2021 às 13h05
Aylton Bermudes sendo homenageado na Assembleia Legislativa
Aylton Bermudes sendo homenageado na Assembleia Legislativa. Crédito: Reprodução do Facebook

Já estava tudo preparado para que o advogado e escritor Aylton Rocha Bermudes fosse o grande homenageado do centenário da Academia Espírito-Santense de Letras (AEL), em setembro próximo. A homenagem permanece, mas agora será póstuma: é que o acadêmico morreu no final da noite desta quarta-feira (10), aos 99 anos de idade, em decorrência de problemas pulmonares, em um hospital de Vitória. Ele faria 100 anos no dia 24 de julho.

Nascido em 1921 (mesmo ano de fundação da Academia), no distrito de Timbuí, em Fundão, Aylton Bermudes, pai do renomado advogado capixaba Sérgio Bermudes, teve uma formação clássica. Professor de francês e latim, era também membro do Instituto Histórico e Geográfico do ES. “Era nosso decano. Pessoa em quem eu muito me inspirei ao longo da minha trajetória. Um grande intelectual capixaba, um valor do nosso Estado”, destaca o advogado e acadêmico Anaximandro Amorim.

A importância intelectual de Aylton Bermudes também é reconhecida pelo professor e escritor Francisco Aurélio Ribeiro, presidente de honra da Academia de Letras do ES: “Foi um dos mais importantes professores da sua geração. Foi professor de francês, de latim, de português e de literatura. Foi professor de toda uma geração, de Cachoeiro, de Vitória”.

Para o ex-presidente da AEL, Bermudes era uma referência para os acadêmicos. “Um grande ser humano, um grande orador, uma pessoa de muita cultura e muita sensibilidade. Era o decano da Academia e foi sempre um exemplo de acadêmico para todos nós, por sua integridade e seriedade. Vai deixar uma grande lacuna em todos nós”, lamenta Francisco Aurélio.

Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) divulgou uma nota de pesar, nas redes sociais, pelo falecimento do acadêmico e advogado. “A OAB-ES se solidariza com familiares, amigos e toda a advocacia neste momento de tristeza e de profunda dor”.

Membro da Academia desde 1974, Bermudes era o terceiro ocupante da cadeira 4 cujo patrono é Ulisses Teixeira da Silva Sarmento. Intelectual ativo, escreveu artigos e crônicas para o jornal A Gazeta e, entre outros cargos que exerceu, foi secretário de Interior e Justiça, procurador da Prefeitura de Cachoeiro e do Estado e consultor jurídico do Tribunal de Contas, onde se aposentou.

O velório do advogado e professor será às 13h30 desta quinta-feira (11) e o sepultamento, às 15h30, no Cemitério Jardim da Paz, na Serra.

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