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Desafio de combater as fake news nas campanhas eleitorais será maior

Haverá maiores dificuldades de se conseguir um monitoramento eficaz do conteúdo veiculado porque as informações serão postadas em locais espalhados por todo o país

Publicado em 15/11/2019 às 04h00
Atualizado em 15/11/2019 às 04h00
Eleições e o combate às fake news. Crédito: Divulgação
Eleições e o combate às fake news. Crédito: Divulgação

A Justiça Eleitoral está preocupada, e tem todas as razões para isso, com a proliferação de fake news que certamente ocorrerá durante as campanhas eleitorais do próximo ano. Se nas eleições ao ano passado a multiplicação de notícias falsas nas redes sociais foi grande – pesquisa da Agência Lupa, que se dedica a checar a veracidade das informações que são disseminadas nos meios de comunicação, inclusive os digitais, constatou que 27% do eleitorado, ou seja, 65 milhões de pessoas, receberam pelo menos uma fake news durante a campanha eleitoral – no ano que vem o problema tende a aumentar.

Nas eleições municipais, a quantidade de candidatos é muito maior e deve aumentar ainda mais por causa do fim das coligações partidárias nas eleições para vereador. Se em 2016 foram 17 mil candidatos a prefeito e quase 500 mil candidatos a vereador, no ano que vem a quantidade será ainda maior. Controlar as mensagens que esta multidão colocará nas redes sociais será uma tarefa quase impossível.

Haverá também maiores dificuldades de se conseguir um monitoramento eficaz do conteúdo veiculado porque as informações serão postadas em locais espalhados por todo o país, já que em cada município poderá ocorrer a difusão de mensagens destinadas a confundir o eleitorado. Acrescente-se que, uma vez postada a mensagem com informações falsas, é uma minoria que tomará conhecimento do desmentido, caso este seja feito.

Os especialistas reunidos no seminário Democracia Digital-Eleições 2020, realizado pela Escola Judiciária e TRE-ES, destacaram a importância de a fake news ser identificada no momento em que é postada para evitar que a desinformação se alastre. Para isso, é indispensável parcerias com as plataformas que operam as redes sociais, especialmente o WhatsApp cujas mensagens são criptografadas.

Outra providência essencial se refere às campanhas educativas que o TRE poderá empreender alertando o eleitorado. A identificação dos conteúdos mais repetidos poderá ser aproveitada em uma campanha especial a ser veiculada no dia das eleições para combate os efeitos da “boca de urna virtual”.

Um papel relevante está reservado à imprensa, cujo conteúdo responsável será essencial para fragilizar as fake news. É recomendável que os maiores jornais brasileiros reeditem o projeto Comprova – destinado a descobrir e investigar informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas –, realizado pela Abraji, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, que tão bons resultados deu nas suas duas edições já realizadas.

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