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'Tem críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal', diz Bolsonaro

"Tem críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal", diz Bolsonaro

O presidente disse que também têm ocorrido queimadas nos EUA e na África e acusou sem provas ONGs de usarem laranjas para impedir a regularização fundiária no país

Publicado em 17 de setembro de 2020 às 08:21

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Jair Bolsonaro em solenidade alusiva à partida da comitiva brasileira em Missão Especial a Beirute
Jair Bolsonaro disse que as críticas ao governo brasileiro quanto aos incêndios ambientais são "desproporcionais". (Alan Santos/PR)

Em meio ao aumento das queimadas na Amazônia e no Pantanal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quarta-feira (16) que as críticas ao governo brasileiro quanto aos incêndios ambientais são "desproporcionais".

Na entrada do Palácio da Alvorada, onde conversou com eleitores, o presidente disse que também têm ocorrido queimadas nos Estados Unidos e na África e acusou sem provas Organizações Não Governamentais (ONGs) de usarem laranjas para impedir a regularização fundiária no país.

"Tem críticas desproporcionais à Amazônia e ao Pantanal, né. Califórnia está ardendo em fogo. A África tem mais fogo que no Brasil. Nós tentamos com a regularização fundiária resolver essa questão. Tem muita terra que ONG botou laranja aqui, então o lobby é enorme para você não fazer a regularização também", ressaltou.

O tom de sua fala foi semelhante ao do que ele deve apresentar no discurso de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na terça (15), dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram que, nos primeiros 14 dias de setembro, já houve mais queimadas na Amazônia do que em todo o mês de setembro de 2019.

No Pantanal, sem perspectiva de trégua, o incêndio deste ano já consumiu ao menos 2,3 milhões de hectares ou 16% de sua área. É a maior destruição desde o início da série histórica iniciada em 1999.

O presidente reconheceu que, no Pantanal, os incêndios são causados pela ação humana. Ele ponderou, no entanto, que parcela das queimadas ocorre por "geração espontânea".

"Agora, pega fogo. O índio toca fogo, o caboclo [também]. Tem a geração espontânea. No Pantanal, são 43 graus a temperatura média. No ano passado, quase não pegou fogo. Sobrou uma massa enorme de vegetais mortos para isso que está acontecendo agora", disse.

Nesta quarta, o Senado instalou a uma comissão temporária externa para acompanhar as ações que estão sendo feitas contra o fogo no Pantanal.

A comissão será presidida pelo senador Wellington Fagundes (PL-MT). A relatoria será de Nelsinho Trad (PSD-MS). Simone Tebet (MDB-MS) e Soraya Thronicke (PSL-MS) fecham a composição do colegiado.

Segundo os senadores, além de auxiliar nas ações de combate ao fogo, uma das questões a serem trabalhadas é a da busca de soluções para recompor o Produto Interno Bruto (PIB) da região, fortemente prejudicado.

"Essa comissão precisa ser rápida, proativa e emergencial, porque o Pantanal está em chamas", disse Tebet.

O governo federal liberou R$ 10,1 milhões para o estado de Mato Grosso para combater as queimadas no Pantanal. A autorização para o emprego e a transferência dos recursos, para as ações de Defesa Civil estadual, foram publicados em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) na noite desta quarta-feira (16).

O ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) esteve nesta quarta em Cuiabá acompanhando as ações implementadas pelo governo local para combater o problema.

A liberação dos recursos ocorre um dia após o repasse de R$ 3,8 milhões para o Mato Grosso do Sul, que também sofre com os incêndios na região do Pantanal.

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