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Secretário de Doria reconhece cenário de crise hídrica no estado de SP

Secretário de Doria reconhece cenário de crise hídrica no estado de SP

Moradores da região metropolitana têm sofrido com a redução da pressão, além da falta de água; risco de desabastecimento por causa da escassez de chuvas vem sendo negado pela Sabesp

Publicado em 7 de outubro de 2021 às 14:19

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Torneiras abertas: acesso à agua ainda é restrito
Torneiras abertas: acesso à agua ainda é restrito. (Pixabay)

O secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo de São Paulo, Marcos Penido, disse nesta quinta-feira (7) que o estado vive uma crise hídrica, cenário que vem sendo negado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

"[Estamos] vivendo hoje uma situação de crise hídrica que se apresenta", disse o secretário durante lançamento do programa Água é Vida, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

"Quando tivemos a crise de 2014 e de 2015, achávamos que isso iria ocorrer de novo dali a 20, 30 ou 40 anos. Passaram-se cinco anos e estamos novamente com esse mesmo dilema. Não podemos ficar de braços cruzados e ir atacando na emergência, fazendo medidas paliativas ou corretivas", continuou o secretário.

O cenário de risco de falta de abastecimento de água devido à falta de chuvas vem sendo negado pelo presidente da Sabesp, Benedito Braga. Segundo ele, não existe esse prognóstico, e a avaliação sobre a situação dos mananciais é feita a cada semana.

"Não há perspectiva de crise hídrica até o final da primavera e início do verão. Está prevista uma semana chuvosa a partir de domingo", disse Braga à Folha de S.Paulo no dia 1º.

Mesmo assim, moradores da região metropolitana de São Paulo têm sofrido com a redução da pressão, além da falta de água em determinadas horas do dia.

De julho a setembro, segundo dados fornecidos pela empresa, a Sabesp retirou quase o triplo da água que entrou no sistema Cantareira, que abastece cerca de 7 milhões de pessoas diariamente. A relação é de 22,7 m³ por segundo de água retirada a cada 8,5 m³ por segundo de água que entra no reservatório.

O projeto Água é Vida, anunciado pelo governo estadual nesta quinta-feira, prevê investimento de R$ 400 milhões para abastecer 2,1 milhões de habitantes do estado que vivem em municípios onde não há sistema de água implantado. A Sabesp abastece 370 dos 645 municípios do estado.

De acordo com o secretário Penido, o projeto irá instalar 138 poços para a retirada de águas subterrâneas e estruturas de armazenamento, além de obras de desassoreamento de rios e recuperação da vegetação de mananciais.

"Estamos preparados para eventos que poderão vir quiçá no ano que vem, esperamos que não, mas temos que estar preparados", disse Penido em relação à crise hídrica no estado.

O mesmo programa foi lançado pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) no estado em novembro de 2011. Na ocasião, foram investidos R$ 452,3 milhões para levar água a 81 comunidades de 30 municípios das regiões do Alto Paranapanema e do Vale do Ribeira que não têm sistema de abastecimento.

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