Publicado em 30 de abril de 2020 às 18:58
A cidade de São Paulo registrou 18 km de congestionamento (fluxo parado de veículos) às 8h30 desta quinta-feira (30), o maior volume desde o dia 24 de março, que marcou o início da quarentena no estado. >
Além do congestionamento, a tendência tem sido de crescimento da lentidão no trânsito desde a semana passada. As duas métricas sinalizam aumento do volume de veículos nas ruas e pode indicar que o paulistano está flexibilizando o isolamento, segundo a Secretária de Mobilidade e Transportes da cidade.>
"Parte da sociedade resolveu sair de casa e não entende que agora estamos num aumento da curva [de casos confirmados da Covid-19], e que é agora que as pessoas devem ficar em casa", afirma o secretário de transportes Edson Caram.>
Caram diz que a prefeitura fará em média quatro bloqueios educativos por dia pela cidade. Hoje foi o primeiro dia com quatro intervenções, que ocorreram, a partir das 7h, nas avenidas Sapopemba, São Miguel e Mateo Bei, na zona leste, e na estrada do M'Boi Mirim, na zona sul.>
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As vias são parcialmente bloqueadas e profissionais de saúde distribuem material informativo sobre o novo coronavírus para os motoristas. Segundo nota da prefeitura, "o objetivo é reforçar o alerta sobre a necessidade de isolamento social". A medida tem caráter preventivo.>
Os bloqueios contribuem para o aumento da lentidão registrada, mas, de acordo com Caram, os congestionamentos nos locais das intervenções não ocorreriam se não houvesse fluxo intenso de veículos.>
Segundo dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), no entanto, o volume ainda é muito abaixo do observado em comparação à semana anterior ao decreto que instituiu a quarentena no estado de São Paulo.>
A medida passou a valer no dia 24 de março e continua até o dia 10 de maio, mas o prefeito Bruno Covas (PSDB) já indicou que não haverá relaxamento da quarentena a partir dessa data. O apoio à quarentena, no entanto, caiu, segundo pesquisa Datafolha.>
Na segunda (27), a capital paulista atingiu 21 km de lentidão, às 8 horas, o maior pico no período da manhã desde o início da quarentena. Às 18h30, foi registrado 22 km.>
A lentidão não é medida da mesma forma que o congestionamento. A primeira capta mudanças de trajeto a partir de atrasos em rotas no aplicativo Waze, em parceria com a prefeitura. O congestionamento é medido por monitoramento de vias feito pela CET.>
Na quarta (22), dia seguinte ao feriado de Tiradentes e até então a manhã com maior trânsito desde o começo da quarentena, a cidade tinha 19 km de lentidão. No fim da tarde, registrou 27 km, volume que só foi menor que a véspera da Sexta-Feira Santa.>
Segundo a CET, porém, o movimento no dia antes da sexta de Páscoa estava concentrado em vias próximas a hipermercados e acessos a rodovias.>
Os dados de lentidão indicam que nas duas primeiras semanas de quarentena o paulistano aderiu ao isolamento. Segundo a autoridade de tráfego municipal, nesse primeiro momento os pontos de congestionamento eram consequência de acidentes e interdições pontuais.>
A tendência de crescimento recente, por outro lado, tem características mais próximas ao tráfego anterior às medidas restritivas devido à pandemia. Lentidão e congestionamento estão acontecendo de forma diluída pela cidade, especialmente nas vias que costumam receber grande quantidade de veículos, como a av. Radial Leste, av. do Estado, av. Rebouças e a estrada de Itapecerica, entre outras.>
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