Publicado em 18 de julho de 2025 às 19:54
BRASÍLIA - O presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou na tarde desta sexta-feira (18) a manutenção do recesso parlamentar, como também havia anunciado mais cedo o presidente do Senado e Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).>
Na nota divulgada por Motta, ele veta na Câmara qualquer votação ou reuniões em comissões permanentes da Casa.>
A decisão contraria parlamentares bolsonaristas – o presidente da Comissão de Segurança Pública, Paulo Bilynskyj (PL-SP), convocou para a próxima terça-feira (22) uma reunião extraordinária para uma moção de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).>
Bolsonaristas pedem a retomada dos trabalhos para tratar de possíveis reações à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de autorizar operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e impor a ele o uso de tornozeleira eletrônica.>
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"O recesso parlamentar de julho está confirmado, conforme previamente estabelecido. Durante esse período, não serão realizadas votações em plenário nem reuniões das comissões permanentes da Casa", diz a nota de Motta.>
O deputado argumenta que a pausa seria necessária por causa de obras. Ele cita no texto previsão de substituição de carpetes, a implantação de infraestrutura para um novo estúdio, atualização de sistemas de áudio e vídeo em auditórios e plenários, reformas de gabinetes no anexo 3 e modernização do corredor das comissões no Anexo 2, "com troca do piso por granito preto e posterior instalação de painéis de madeira".>
O Congresso interrompeu os trabalhos nesta semana, no que é chamado de recesso branco.>
Alcolumbre divulgou nota mais cedo, na qual afirma que o recesso parlamentar de julho está mantido, conforme amplamente e previamente anunciado. "Durante as próximas duas semanas, não haverá sessões deliberativas nem funcionamento das comissões", diz nota de Alcolumbre.>
"As atividades legislativas serão retomadas na semana do dia 4 de agosto, com sessões deliberativas no plenário do Senado e nas comissões, incluindo o início da apreciação e votação de indicações de autoridades, conforme cronograma já divulgado.">
Os líderes da oposição no Congresso soltaram nota conjunta em que classificaram a decisão de Moraes como "grave episódio de perseguição política disfarçada de ação judicial". O texto afirma que as medidas determinadas por Moraes não se sustentam juridicamente e ferem princípios constitucionais fundamentais, "como o devido processo legal, a dignidade da pessoa humana e a proporcionalidade".>
A nota é assinada pelos líderes da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), na Câmara, Zucco (PL-RS), do Congresso, Izalci Lucas (PL-DF), além do senador Carlos Portinho (RJ) e deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líderes do PL nas respectivas casas.>
O texto clama por atuação do parlamento contra a atuação de Moraes. "O Congresso Nacional precisa reassumir seu papel constitucional. É dever do Legislativo agir com independência e responsabilidade para conter os excessos de um Poder que, cada vez mais, ultrapassa os limites da legalidade e da razoabilidade", diz o texto, que também fala em mobilização nas ruas.>
"É hora de a sociedade brasileira se posicionar com coragem. O povo deve voltar às ruas, de forma pacífica e ordeira, para exigir respeito à Constituição, à liberdade e à democracia. Nenhuma toga está acima da lei".>
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