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PSL suspende atividade partidária de cinco deputados da ala bolsonarista

PSL suspende atividade partidária de cinco deputados da ala bolsonarista

Partido ampliou o poder de Luciano Bivar, presidente da sigla, e suspendeu deputados para evitar Eduardo em liderança na Câmara

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 14:53

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Grupos ligados a Luciano Bivar e a Jair Bolsonaro travam briga doméstica no PSL. (Imagens: Presidência e Agência Câmara)

AGÊNCIA ESTADO - Em uma investida contra o grupo bolsonarista em mais um capítulo da queda de braço interna do partido nos últimos dias, a cúpula do PSL decidiu aumentar o número de integrantes do partido com direito a voto nas decisões da sigla e suspender cinco deputados federais das atividades partidárias, reduzindo as chances do deputado Eduardo Bolsonaro (SP) se tornar líder da legenda na Câmara.

As decisões foram anunciadas pelos líderes do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), e no Senado, Major Olimpio (SP), após reunião da direção nacional da legenda em um centro empresarial de Brasília. O partido aumentou de 101 para 153 o número de filiados com direito a voto em reuniões nacionais - os chamados convencionais.

Dos novos convencionais, 34 têm mandato parlamentar. A maioria do grupo é alinhada com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. A mudança amplia o poder de Bivar, que trava uma disputa interna com o presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre os rumos da sigla.

Cinco deputados aliados a Jair Bolsonaro serão suspensos da atividade partidária: Carla Zambelli (SP), Filipe Barros (PR), Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Carlos Jordy (RJ).

De acordo com Coronel Tadeu (SP), com a suspensão, a assinatura desses parlamentares em listas para indicar um líder na Câmara não será válida. O movimento visa a enfraquecer as chances de Eduardo Bolsonaro ser colocado na função. "Esse é o efeito imediato. Se eles tentarem montar uma lista, perderam cinco votos", afirmou Tadeu. Na quarta à noite, houve uma guerra de listas de indicação entre as duas diferentes facções do partido: de um lado, que que queriam emplacar Eduardo na liderança da Câmara, de outro, aqueles que pretendiam manter Delegado Waldir no cargo. O resultado, na quinta, foi um dia de troca de farpas e áudios vazados com ameaça de "implodir" o presidente Jair Bolsonaro.

A deputada Joice Hasselmann (SP) chegou a defender que o partido comece a discutir a expulsão de deputados que estão atacando a cúpula da legenda. "A porta da rua é serventia da casa", afirmou. "Alguns têm que ser expulsos."

Ela defendeu que um dos alvos seja o deputado Daniel Silveira (RJ), que gravou o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmando que iria "implodir" Bolsonaro.

EDUARDO E FLÁVIO

Outro movimento para diminuir a força de Jair Bolsonaro no partido será articular a destituição de Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro, filhos do presidente da República, dos comandos do PSL em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente.

A decisão deve ser sacramentada após aliados de Bivar nos dois Estados formularem uma proposta de substituição das Executivas estaduais do PSL. A sugestão deve ser formalizada na terça-feira (22) à direção nacional.

TENTATIVA

Ao longo da reunião, houve tentativas de conciliação, mas, sem efeitos práticos. O grupo pró-Bolsonaro propôs um acordo para que deputados possam deixar a legenda sem o mandato. A tentativa foi rejeitada pela cúpula do partido.

"Se estão cuspindo no prato do partido, que pulem do 17º andar para o precipício. O mandato é do partido", afirmou o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO).

Carla Zambelli (SP), da ala bolsonarista, afirmou que o tom de Luciano Bivar na reunião estava mais "conciliador", mas que a destituição de Eduardo e Flávio Bolsonaro dos diretórios nacionais apontava para o sentido contrário.

O presidente do PSL no Paraná, Fernando Francischini, propôs que a secretária-geral do partido, Flávia Francischini, com quem é casado, entregasse o cargo para que a função fosse ocupada por alguém indicado por Jair Bolsonaro.

O gesto foi um aceno ao presidente da República e uma tentativa de pacificação. A decisão sobre esse ponto não foi anunciada.

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