Publicado em 17 de novembro de 2020 às 10:44
Com uma taxa de renovação próxima da registrada nas eleições passadas (38%), a Câmara de São Paulo terá dois vereadores trans na próxima legislatura e dois mandatos coletivos. Ao mesmo tempo, houve a manutenção de antigos caciques. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou o nome dos 55 eleitos ontem pela manhã. PT e PSDB perderam vagas, mas continuam sendo as maiores bancadas, com oito vereadores, cada. O PSOL foi o partido que mais cresceu, partindo dos 2 assentos atuais para 6 vereadores eleitos. >
Com a nova composição do Legislativo paulista, foram ampliadas as vagas ocupadas por nomes nos extremos do espectro político. Pelo lado da direita, o Movimento Brasil Livre (MBL) emplacou três nomes. O PSL manteve um assento. A cidade terá a primeira vereadora apoiada diretamente pelo presidente Jair Bolsonaro. Além disso, o Novo ampliou de um para dois os assentos. No total, o bloco mais conservador tem sete parlamentares eleitos. Pela esquerda, PSOL e PT têm, juntos, 14 vagas. >
Caso seja reeleito, o prefeito Bruno Covas (PSDB) teria 34 parlamentares na sua base. Segundo as regras da Câmara, para votações mais importantes, como a revisão do Plano Diretor programada para este ano, são necessários 37 votos. >
Já Guilherme Boulos (PSOL), adversário de Covas no segundo turno, teria uma base parlamentar bem mais enxuta com 14 votos garantidos - somando os nomes do PT e do PSOL. O tamanho da bancada não seria suficiente para aprovar nenhum projeto de lei, o que obrigaria o chefe do Executivo, caso eleito, a negociar mais com o Legislativo. >
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Auxiliares de Covas avaliavam que o crescimento da bancada do PSOL tem relação direta com a campanha que levou seu adversário para o segundo turno - o partido do prefeito perdeu quatro cadeiras e passou de 12 para 8 vagas na próxima legislatura. >
Os campeões de votos, mais uma vez, foram Eduardo Suplicy (PT), pela terceira vez o mais votado do País, e Milton Leite (DEM), aliado de Covas que teve a campanha para vereador mais cara do Brasil neste ano - ele estimou um gasto de R$ 2,4 milhões à Justiça Eleitoral. Leite chegou a recrutar 500 cabos eleitorais nos bairros de Campo Limpo, Parelheiros e Capela do Socorro, as regiões da zona sul onde ele tem sua base, com salários entre R$ 800 e R$ 2,2 mil.>
Entre as novidades, há Erika Hilton (PSOL), primeira mulher trans eleita na cidade, e Thammy Miranda (PL), primeiro homem trans. Foram dois mandados coletivos, ambos do PSOL: Bancada Feminista e Quilombo Periférico. O número de mulheres eleitas foi recorde: 13 (mais informações nesta página).>
Parlamentares antigos da Casa, como José Police Neto (PSD), Soninha Francine (Cidadania) e Claudinho de Souza (Cidadania), não conseguiram se reeleger. >
Embora o PT continue uma das maiores bancadas, o partido não conseguiu eleger nenhum nome novo e ainda perdeu a vaga do vereador Paulo Batista dos Reis, que chegou a ser líder da bancada no ano passado. >
O Novo, que tinha uma cadeira, com Janaína Lima, fez o segundo assento com a vereadora Cris Monteiro, apesar de o partido sofrer um revés com a candidatura de Filipe Sabará para a Prefeitura - ele foi expulso no meio da disputa pela legenda, que alegou incongruência no seu currículo.>
Pelo Republicanos, foi eleita a primeira vereadora declaradamente bolsonarista na cidade, Soraia Fernandes. A Câmara paulistana já tinha Rinaldo Rigo, mas o parlamentar não tinha o suporte direto do presidente. Soraia já chegou a participar das lives de Bolsonaro. >
Fernando Holiday, do Movimento Brasil Livre (MBL), que se elegeu pelo Patriota, viu a bancada do partido triplicar. Na próxima legislatura, o partido de direita terá também Rubinho Nunes e outro youtuber, Marlon do Über. >
Dois herdeiros de vereadores históricos, George Hato (filho de Jooji Hato), do MDB, e Rodrigo Goulart (PSD), filho do vereador Goulart, que haviam obtido o primeiro mandato nas eleições passadas, conseguiram se reeleger. >
A Câmara terá também dois irmãos que se ajudaram na política no passado mas, nas eleições, haviam se tornado rivais: Roberto Trípoli (PV) e Xexéu Trípoli (PSDB) conseguiram se eleger, ambos defendendo a causa animal e a sustentabilidade. O discurso de defesa animal foi também o que impulsionou Felipe Becari (PSD), um dos novos nomes na Casa.>
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