Publicado em 17 de abril de 2022 às 16:52
Desde 2006, quando Luiz Inácio Lula da Silva se reelegeu, as disputas presidenciais nos Estados seguem um padrão mais ou menos previsível. O candidato do PT se sai melhor no Norte, no Nordeste e na parte "de cima" da Região Sudeste, enquanto os adversários se destacam em São Paulo, no Sul e no Centro-Oeste. >
É muito provável que esse desenho se repita em 2022, com algumas mudanças sutis, se for mantida até o final da campanha a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro. Projeção feita pelo Estadão Dados com base em pesquisas eleitorais e resultados de votações indica que o petista lidera em 15 das 27 unidades da Federação, enquanto o atual presidente está à frente em oito. Em quatro Estados, a distância entre os dois é pequena e não permite apontar favoritismo.>
No Nordeste, onde desde 2006 o PT conquista vitórias por larga margem, a tendência é de manutenção do quadro. Há evidências de que hoje Lula esteja liderando em todos os nove Estados da região, e com vantagem significativa. Lá vivem cerca de 27% dos eleitores do País.>
Projeção mostra quem está na frente na corrida presidencial em cada Estado
Bolsonaro
* Roraima
* Acre
*Rondônia
*Mato Grosso
*Mato Grosso do Sul
*Paraná
*Santa Catarina
* Distrito Federal
LULA
* Amazonas
* Pará
* Amapá
* Maranhão
* Tocantins
* Piauí
* Ceará
* Rio Grande do Norte
* Paraíba
* Pernambuco
* Alagoas
* Sergipe
* Bahia
* Minas Gerais
* Espírito Santo
INDEFINIDO
* Goiás
* São Paulo
* Rio de Janeiro
* Rio Grande do Sul
A transformação da Região Nordeste em reduto petista ocorreu nas gestões de Lula e Dilma Rousseff. Na época, uma das hipóteses aventadas para explicar o fenômeno foi a de que os eleitores da região estariam mais inclinados a votar no partido do governo, independentemente de qual fosse, por causa da maior dependência de programas sociais e repasses federais. Mas o PT saiu do poder e o eleitorado, até o momento, não aderiu ao novo ocupante do Planalto.>
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Na Região Norte, que tem cerca de 8% do eleitorado nacional, é provável que o ex-presidente esteja na liderança em quatro dos sete Estados - entre eles Pará e Amazonas, os mais populosos. Acre, Rondônia e Roraima, que se mostraram redutos antipetistas em eleições anteriores, dão vantagem a Bolsonaro.>
Com economias centradas no agronegócio, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são dois Estados do Centro-Oeste onde o candidato à reeleição leva vantagem sobre o principal adversário. Em Goiás, a distância é pequena demais para se apontar um favorito, e no Distrito Federal Bolsonaro lidera. Apesar de ter área bem menor, o Centro-Oeste tem peso eleitoral similar ao da região Norte: 7,5% dos votantes.>
No Sul, que concentra 15% do eleitorado brasileiro, a maioria da população dos Estados do Paraná e Santa Catarina está na coluna bolsonarista, segundo indicam pesquisas. O retrospecto para o PT nesses Estados é bem ruim: o partido não vence uma disputa presidencial desde 2002. No primeiro turno de 2018, os catarinenses deram a Bolsonaro a maior vantagem contra o então adversário do PT, Fernando Haddad: 66% a 15%.>
No Rio Grande do Sul, porém, a tendência não é clara. O PT venceu no Estado nos primeiros turnos de 2010 e 2014, quando a candidata era Dilma Rousseff. Em 2018, Bolsonaro ganhou de Haddad por 53% a 23%. A projeção do Estadão Dados indica que não há um líder isolado na região atualmente.>
É no Sudeste que podem aparecer as principais novidades da geografia eleitoral neste ano. O PT não vence uma eleição presidencial em São Paulo desde 2002. Neste momento, segundo os cálculos, não é possível apontar quem lidera entre os paulistas, mas o simples fato de Lula se apresentar como competitivo no maior colégio eleitoral do País é um sinal de mudança importante>
Minas Gerais, que tem o segundo maior eleitorado do País, se inclina pelo candidato petista neste momento, assim como o Espírito Santo. No Rio de Janeiro, terceiro no ranking do peso eleitoral, não é possível apontar com segurança quem está na ponta. A região Sudeste concentra praticamente o mesmo número de eleitores que a soma de Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Tem quase 43% dos votantes.>
Metodologia>
Para desenhar o mapa eleitoral dos Estados, o Estadão Dados se baseou na média de todas as pesquisas nacionais recentes que informam como está a distribuição das intenções de voto em cada região do País. O cálculo da média é importante porque há muitas variações nos resultados regionais. Isso se explica em parte pelo fato de a margem de erro em cada região ser bem maior do que a nacional, já que a amostra de eleitores é menor.>
Uma pesquisa com 2 mil entrevistas, por exemplo, tem margem de erro de três pontos porcentuais. Nesse levantamento, cerca de 300 pessoas são ouvidas no Sul. Quando a amostra é desse tamanho, a margem de erro vai a seis pontos.>
Depois de estimar quantos eleitores os candidatos têm em média em cada região, foi preciso projetar a distribuição desses votos pelos Estados. Se Lula tem 55% no Nordeste, por exemplo, isso não significa que ele terá 55% em todos os Estados da região. O retrospecto desde 2006 mostra que o partido sempre tem porcentagens maiores no Piauí do que em Alagoas, por exemplo. A projeção de 2022 foi feita com base na proporção média de cada Estado no voto petista em cada região do País, considerando os resultados das últimas quatro eleições.>
No caso de Bolsonaro, o modelo supõe que a distribuição de seus votos dentro de cada região seguirá padrão similar ao de 2018.>
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>
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