Publicado em 30 de julho de 2020 às 08:26
Para o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, não cabe às plataformas de tecnologia o papel de árbitro do que caracteriza fake news ou não. >
O problema da disseminação de notícias falsas é tema de um projeto de lei que tramita no Congresso. Na versão inicial do texto, cabia às plataformas, como Google e Facebook, remover obrigatoriamente esse tipo de conteúdo. Criticado por empresas e pesquisadores, o dispositivo foi retirado do texto aprovado no Senado, mas ainda pode voltar durante a votação na Câmara.>
Durante live com a Febraban (federação dos bancos) transmitida nesta quarta-feira (29), Coelho foi questionado sobre o papel das empresas de tecnologia no enfrentamento às fake news, especialmente no contexto atual de pandemia e riscos à saúde.>
Em sua resposta, o presidente do Google no Brasil afirmou que a empresa remove conteúdos flagrantemente errados, como racismo e incitação ao ódio, mas se a questão for uma divergência de opinião, não há como a empresa interferir.>
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"O problema é que agora temos na nossa sociedade pessoas tentando mudar a realidade. Terraplanismo, pessoas que não acreditam em vacina, é uma loucura, são teses não comprovadas. Mas como você faz? Essas pessoas também têm direito a voz", afirmou o executivo.>
Coelho criticou ainda a remoção de perfis acusados de disseminar notícias falsas. "Tais pessoas são eméritos espalhadores de fake news e têm que ser tiradas do mundo virtual. Não dá para fazer isso", afirmou.>
Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de perfis bolsonaristas nas redes sociais no âmbito do inquérito das fake news.>
Moraes argumentou que sua decisão tinha como objetivo "a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática".>
Apesar das críticas a esse tipo de ação, o presidente do Google afirmou que a empresa vai respeitar determinações judiciais.>
Na visão de Coelho, o modo mais efetivo de combate ao problema é a valorização da imprensa de qualidade e as agências de checagem. "Temos que valorizar o que é bom, punir o que é ruim e educar as pessoas.">
O executivo também atribui à "educação do cidadão" o combate a crimes virtuais. Coelho citou o caso do aplicativo da Caixa Econômica para pedido do auxílio emergencial, que enfrentou o problema do surgimento de vários apps falsos diziam realizar essa função para coleta de dados do usuário.>
Segundo Coelho, 93% dos downloads do app da Caixa foram feitos via Android, de propriedade do Google.>
"Você tem que subir o app certo do governo e não pode deixar que mais ninguém entre reproduzindo apps falsos. O processo de segurança na internet avança à medida em que as ferramentas fiquem melhores e o cidadão, mais esclarecido", disse.>
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