Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 18:14
O óleo continua atingindo o litoral brasileiro e, nos últimos dias, alcançou a milésima localidade, o município de Pacatuba, no Sergipe. O petróleo que ainda mancha as praias chega em pedaços menores e esparsos, quando comparado às grandes manchas que se acumulavam principalmente no litoral nordestino no segundo semestre de 2019.>
Segundo informações do Ibama, 1.004 localidades no Nordeste e Sudeste brasileiros foram atingidas, desde 30 de agosto de 2019. No momento, 434 locais apresentam vestígios esparsos de óleo.>
No fim de novembro, logo após as manchas chegarem ao estado do Rio de Janeiro, o óleo começou a atingir os locais em menores quantidades, após meses de voluntários, funcionários de prefeituras e militares recolhendo manualmente óleo das praias. >
Com o óleo que não parava de chegar ao litoral, os voluntários, que em muitos casos não usavam proteção adequada para lidar com a retirada de petróleo, relatavam o estresse e o esgotamento mental pelo trabalho dos mutirões. >
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A ação do governo Jair Bolsonaro na crise do óleo foi bastante criticada por especialistas e pela própria população, principalmente no Nordeste, região mais afetada do país. Pesquisa Datafolha mostrou que 42% da população considera que Bolsonaro teve desempenho ruim ou péssimo ao lidar com o vazamento.>
Como a Folha de S.Paulo mostrou, em abril de 2019, o presidente Bolsonaro extinguiu comitês que integravam o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Água (PNC). Segundo especialistas, tal extinção pode ter ajudado na desorganização das ações governamentais para lidar com o problema.>
Além disso, o PNC possuía um manual para determinar o acionamento ou não do plano. A partir do manual, é possível ver que o governo demorou a tomar atitudes quanto ao desastre.>
O primeiro pronunciamento em rede nacional feito pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ocorreu somente 55 dias após início das manchas. Salles chegou a associar a ONG Greenpeace à crise do óleo.>
Até agora, ainda é desconhecida a origem do petróleo que continua a atingir o Brasil. No meio da crise, a PF (Polícia Federal) chegou a apontar um navio grego como principal suspeito pelo vazamento. O relatório usado pela PF para chegar ao navio tinha sido produzido por uma empresa e sido rejeitado pelo Ibama, que encontrou inconsistências no mesmo.>
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