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Manutenção em usina da Samarco no ES deve criar 400 vagas de emprego

Manutenção em usina da Samarco no ES deve criar 400 vagas de emprego

Mineradora afirma que vai investir cerca de R$ 80 milhões durante dois meses na usina quatro, parada desde o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, em 2015

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 16:35

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Planta da Samarco, em Anchieta, no Sul do Estado. (Arquivo)

A retomada parcial das operações da Samarco, em Anchieta, no Sul do Espírito Santo, prevista para o final deste ano, tem potencial para gerar 400 vagas de emprego já a partir de março. A estimativa é do coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Durval Vieira. Ele foi um dos organizadores de um encontro promovido pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) que aconteceu nesta sexta-feira (24) entre empresários da região e representantes da mineradora.

No evento, a empresa apresentou o plano de retomada, confirmando a intenção de reativar uma de suas usinas, a de número quatro, no fim do segundo semestre deste ano. Segundo a apresentação, essa é a usina mais recente e mais moderna da planta. Porém, como ela está parada há quase cinco anos, será preciso fazer uma grande ação de manutenção para que ela volte a operar.

Para essa ação, chamada de prontidão operacional, entidades do setor estimam que a Samarco terá que investir R$ 80 milhões em dois meses, maio e junho. Por conta disso, as contratações deverão acontecer entre março e abril.

"Vão contratar empresas de manutenção mecânica, elétrica, instrumentação, pintura, jateamento, usinagem e caldeiraria. Serão muitas atividades e, agregado a elas, também há a demanda por serviços de transporte, alimentação, uniformes e materiais. Não é um valor grande, mas é concentrado em dois meses", afirma Durval . Ele estima que, até o fim do ano, a retomada deve impulsionar toda a cadeia produtiva da região e gerar mil vagas de emprego.

Inicialmente, a Samarco pretende retomar as atividades com 26% da produção no fim deste ano. A intenção da empresa é atingir 60% em seis anos e, em dez anos, voltar ao nível de produtividade anterior à 2015.

Para que o cronograma não atrase, no entanto, será preciso que a planta de Germano, em Minas Gerais, conclua a instalação de um sistema de filtragem que vai permitir empilhar rejeitos de minério a seco. 

ARRECADAÇÃO EM ANCHIETA SÓ DEVE SER NORMALIZADA EM 12 ANOS

O município de Anchieta foi fortemente atingido pela paralisação da Samarco em 2016. Desde então, segundo o prefeito Fabrício Petri, a cidade perdeu R$ 70 milhões em ICMS. Nesse contexto, a retomada da empresa, mesmo que parcial, traz alívio para a cidade. "Lutamos muito para que isso pudesse acontecer e vemos com bons olhos, porque já cria um ambiente positivo, de otimismo para a população. Sofremos bastante sem a Samarco, aprendemos a viver sem ela, mas sabemos da portância dela", diz.

O retorno para os cofres do município, no entanto, deve demorar a chegar. O impacto na arrecadação de ICMS só vai acontecer dois anos depois do início das operações. "Dez anos depois que teremos capacidade plena. Voltar ao que era antes, vai demorar muito. Mas diante dos ajustes que fizemos, dá para tocar o município enquanto isso", garante o prefeito.

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Sistema de filtragem

A primeira versão desta reportagem afirmava que a implantação do sistema de filtragem na planta de Germano, pela Samarco, seria uma exigência do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Na verdade, conforme esclarece a mineradora, "a empresa possui todas as licenças ambientais necessárias para reiniciar suas operações" mas "quer voltar de uma maneira diferente e optou por só retomar as atividades após a implantação do sistema de filtragem". O trecho foi corrigido nesta segunda-feira (27).

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