Publicado em 12 de maio de 2021 às 17:31
Durante um bate-boca na sessão desta quarta-feira, 12, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, envolvendo o senador Fernando Bezerra (MDB-BE), o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM) e o relator Renan Calheiros (MDB-AL), foi levantada a possibilidade de investigação do orçamento secreto do governo revelado em matéria exclusiva do Estadão. "Eu acho que essa é uma investigação pertinente que haja aqui" afirmou Renan. O despeito do assunto não ser relacionado ao combate à covid, o tema vem ganhando destaque no palco dessa comissão. >
A sugestão, que partiu de Renan Calheiros, veio após o início de uma discussão entre os parlamentares envolvendo a pressão de integrantes governistas do colegiado para o início das investigações dos repasses federais feitos a Estados e municípios.>
Ao defender a investigação dos repasses, o senador Fernando Bezerra citou que o governo teria desembolsado R$ 173 bilhões de reais de recursos, mas, antes de terminar seu ponto, Bezerra foi interrompido por Aziz, que cobrou consistência nos números apresentados pelos parlamentares.>
De acordo com Aziz, os integrantes da CPI que cobram a investigação dos repasses a Estados e municípios precisam "chegar num acordo" sobre qual teria sido o volume de recursos repassados pelo Executivo, citando que o senador Marcos Rogério (DEM-RO) já teria falado de um montante de cerca R$ 200 bilhões de reais, e que a todo momento um senador "diz um número"."Qual é o número real?", questionou Aziz.>
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No meio da discussão, Calheiros afirmou que a discussão não ia "chegar a lugar nenhum", e citou a investigação do Estadão sobre o orçamento secreto como uma investigação pertinente de existir no colegiado. Já afastado do microfone, é possível ouvir Calheiros advogar a favor do tema dizendo que essa investigação sim "teria fato determinante" para ser analisado. Bezerra acusou Calheiros de tentar fugir de uma situação trazendo outra, acusando-o de tentar ser um "relator universal" de todos os fatos da república.>
Conforme revelou o Estadão, um esquema montado pelo presidente Jair Bolsonaro, no final do ano passado, para aumentar sua base de apoio no Congresso criou um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas, boa parte delas destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo. O caso já está sendo chamado de "tratoraço".>
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